Entidade tem um grande papel social na formação dos jovens penedenses
‘Bodas de vinho’, um casamento duradouro com a comunidade penedense, participando de vários momentos históricos da cidade, desde inesquecíveis e gloriosos, aos tristes momentos, ao deixar sair dos seus instrumentos, a marcha fúnebre de Beethoven, em acompanhamento a cortejos de ilustres da terra, e a membros da Sociedade. Na alegria e na tristeza.
No dia 20 de junho de 1944, surgia a Sociedade Musical Penedense, para fazer parte dos anais da ‘Cidade dos Sobrados’. A entidade ajudou na formação de milhares de musicistas em 70 anos, em sua humilde sede encravada na comunidade do ‘Raimundinho’, Centro de Penedo.
Músicos formados por ela dizem que não conheceram apenas as notas musicais. Mas sim, que aprenderam o companheirismo, a trabalhar em conjunto, o sincronismo. E a formação do caráter, também teve uma grande contribuição nas horas noturnas na sala de estudos.
“A Musical foi uma grande passagem da minha vida. Ingressei aos 12 anos, e ainda faço parte. Criança, adolescente e adulto, fases da mina vida que a entidade viu passar. Tenho muito para agradecer. Eu não aprendi apenas sobre as notas, a música, durante está passagem, vários fatores foram lapidados, estudados. Na entidade aprendemos a trabalhar em conjunto, o fator união é essencial. Educação, o lidar com as pessoas, tratar bem e conviver, também são estudados. Porque convimos com a sociedade. Então, a musical é uma escola, que além de ensinar sobre a música, contribui com a formação social do ser, do caráter. Tenho muito para agradecer e, em especial, ao maestro Nelson Silva”, recordou o musicista Marcos Barbosa, 28 anos.
Retratada
Em 70 anos de histórias, a Musical já foi retratada por vários escritores, nativos e, vindos de outros estados. O último deles, a dupla de mineiros Gustavo Nolasco e Leo Drumond, narrou na obra – ‘Os Chicos’ (2011) -, a Sociedade Musical Penedense, na visão do musicista Francisco, durante a procissão de Santo Antônio, no Barro Vermelho.
No capítulo que retrata o Chico Maestro, o autor inicia a narrativa:
“Ainda sem o suor, gotejar salgado inevitável dos dias de calor sufocante no pós-chuva de Penedo, Francisco chega à sede da Sociedade Musical Penedense, com a roupa engomada, sapado engraxado, óculos escuros e uma barriga compacta, dura e saliente, forçando os botões da camisa.
De cabeça erguida e sem qualquer perspectiva de sorriso, entra no prédio velho, com poucas divisórias, com pé direito alto e telhado sem forro; as portas e janelas com as madeiras castigadas pelo molhar e secar do tempo”.
Esses dois parágrafos, foram apenas poucas linhas, de sua imensidão de histórias, de uma entidade septuagenária, que tem muito para contar de sua existência como integrante de Penedo.
Para comemorar as sete décadas, neste domingo (20), a direção da Sociedade Musical Penedense preparou uma programação, que tem início às 06hrs, com alvorada. Em seguida, café da manhã, às 7h30min, com hasteamento de bandeiras. Pontualmente às 09h, missa festiva, com retrata musical ao término. E às 10h30min, uma homenagem ao saudoso maestro Nelson Silva, com a inauguração de uma galeria que conta a trajetória da entidade em fotos. Encerrando as comemorações, coquetel, com som ao vivo.
