×

Maceió

SMS treina profissionais para pré e pós aconselhamento do Teste Rápido

A equipe de profissionais da coordenação do Programa de DST/Aids, Sífilis e Hepatites Virais da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reuniu essa semana técnicos e enfermeiros das maternidades conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) para ensinar a esse profissionais como fazer o aconselhamento do pré e pós resultado do Teste Rápido – especialmente em gestantes – exame realizado para detectar Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST).

O aconselhamento para as DST/Aids é realizado com qualquer pessoal que se submeta para realizar o do Teste Rápido e constitui-se num processo de diálogo entre o profissional de saúde e o usuário do serviço sobre as vivências dessa pessoa em relação aos riscos da infecção pelo HIV e das possibilidades de adoção de medidas preventivas.

“É preciso treinar os profissionais para ensiná-los como fazer o acolhimento”, disse o psicólogo da equipe Samuel Ramires. Ele esclareceu que o profissional precisa estar atento para ouvir as vivências, experiências, dificuldades, dúvidas e crenças, pois é isso que vai permitir identificar os contextos de vulnerabilidade e os riscos presentes na vida de cada gestante”, explicou Ramires.

Risco e vulnerabilidade

O risco é a probabilidade que pessoas têm de adquirir alguma doença. No caso do HIV, por exemplo, podemos dizer que todas as pessoas que compartilham seringas quando usam drogas injetáveis ou que têm relações sexuais sem o uso do preservativo correm o risco de se infectar pelo HIV.

Para compreender a epidemia de Aids e muitas outras doenças, é preciso levar em consideração que a sociedade é dinâmica e complexa e que, por isso mesmo, nem todos dispõem das mesmas possibilidades e condições de se proteger de todos os riscos de adoecimento. Muitas vezes, as pessoas vivem situações de risco que não dependem de sua vontade. É para ajudar na compreensão dessas situações que se utiliza a noção de vulnerabilidade.

A vulnerabilidade é a interação de fatores individuais e coletivos que fazem com que diferentes pessoas e grupos estejam mais ou menos suscetíveis a infecções e adoecimentos, uma vez que dispõem de maiores ou menores possibilidades de se proteger ou se prevenir. Isso significa dizer que, todas as pessoas estão suscetíveis a adquirir doenças ou a sofrer danos no cotidiano, mas algumas têm maiores condições de evitá-las porque dispõem de mais recursos (informação, emprego, renda, escolaridade) do que outros.

No caso do HIV e das outras DSTs, por exemplo, as dificuldades econômicas podem impedir o acesso de algumas pessoas ao preservativo e aos serviços de saúde, o que aumentará as chances dessas pessoas terem mais relações sexuais desprotegidas do que aquelas que conseguem comprar preservativos.

Outras situações que determinam diferentes vulnerabilidades entre as pessoas são o acesso a ações e serviços de educação, idade, o gênero, o acesso aos meios de informação, entre outros. Há três dimensões para melhor compreender os diferentes contextos de vulnerabilidade existentes: individual, social e programática.

Prática

Nos próximos dias 7 e 15 de agosto, no Bloco I do Pam Salgadinho ocorrerá o treinamento prático da realização do teste rápido e do aconselhamento com esses profissionais que receberam as instruções teóricas no início desta semana.

O teste rápido pode ser realizado gratuitamente no Bloco I do Pam Salgadinho, e em 37 unidades de saúde da capital. Segundo Samuel Delane, em breve todas as unidades terão disponíveis o teste. “Já estamos capacitando todos os profissionais para o aconselhamento em todas as unidades”, concluiu o psicólogo.

Diretrizes do aconselhamento

Por conta disso a Secretaria de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde (MS) estabelece diretrizes nacionais para o aconselhamento em DST/HIV e Aids.

A importância do aconselhamento e diagnóstico das DSTs nos serviços de saúde elenca quatro pontos: milhares de pessoas desconhecem sua sorologia; o diagnóstico ainda acontece de forma tardia; acesso ao diagnóstico e o tratamento é um direito do cidadão, e favorece a atenção integral e adesão ao tratamento.

São objetivos do aconselhamento: conhecer os modos de vida e as concepções do usuário acerca das DSTs e Aids; Compreender as necessidades e preocupações do usuário relacionadas às DSTs e Aids para reduzir seu nível de estresse; possibilitar a percepção dos riscos e vulnerabilidades; identificar medidas preventivas viáveis no contexto de vida de cada usuário; reduzir o impacto do diagnóstico positivo e o estresse na convivência com o HIV e a Aids; facilitar a comunicação do diagnóstico para a parceria sexual e parceria de uso de drogas injetáveis; auxiliar o usuário e suas parcerias no processo de adesão ao tratamento; estimular o diagnóstico de parcerias e de uso de drogas; contribuir para a redução dos riscos de transmissão do HIV.