Profissionais das unidades básicas da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) participaram, na tarde desta segunda-feira (22), da oficina “O atendimento da pessoa surda na saúde”, ministrada pelo professor Paulo André Martins de Bulhões, licenciado em Letras com habilitação em Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que também é surdo. O evento faz parte das atividades da Semana Integrada da Pessoa Surda com promoção da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) por meio do Programa de Atenção à Pessoa com Deficiência (PAPD), e em parceria com o Centro de Atendimento à Pessoa com Surdez (CAS).
Paulo Bulhões iniciou as atividades com uma aula por slides, com uma tradutora da linguagem de Libras para ler e explicar o que estava sendo proferido. Depois, ele dividiu os participantes em grupos e realizou dinâmicas que ensinam como melhor acolher o paciente com deficiência auditiva. Bulhões destacou que a língua de sinais não é um conjunto diferente, pois em qualquer lugar ouvintes podem se comunicar por meio de gestos ou mímicas. Pelo movimento do corpo, principalmente das mãos, cabeça e braços podemos exprimir idéias ou sentimentos.
Já a Libras não é uma forma do português, ao contrário, tem suas próprias estruturas gramaticais, que deve ser aprendida do mesmo modo que outras línguas. A Libras não é universal. Outras pessoas surdas em outras países tem uma linguagem própria.
Dentro da proposta de ajudar a pessoa surda a melhor ser acolhida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e no que preconiza o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), Paulo André Bulhões informou que há três DVDs destinados à educação para surdos disponíveis no Ministério da Saúde (MS) e que podem ser adquiridos de forma gratuita, desde que solicitado. São eles: “Você Sabe o que é Aids?” (1996); “Você sabe o que é DST?” e “Sinalizando a Sexualidade” (2003).
Além dos DVDs, Bulhões informou que há uma extensa literatura de manuais e livros de educação para surdos, e que são utilizados numa capacitação de 40hras oferecida pelo Ministério da Saúde.
Política da Saúde Auditiva
A Portaria nº 2 073 do Ministério da Saúde (MS), de 28 de setembro de 2004 instituiu a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva nas esferas nacional, estadual e municipal. Dentre os preceitos estão o desenvolvimento de estratégias de promoção da qualidade de vida, educação, proteção e recuperação da saúde e prevenção de danos, protegendo e desenvolvendo a autonomia e a igualdade de indivíduos e coletividades.
Na atenção básica são realizadas as ações de caráter individual ou coletivo, voltadas para a promoção da saúde auditiva, da prevenção e da identificação precoce dos problemas auditivos, bem como ações informativas e de orientação familiar. Na média complexidade é realizada a triagem e monitoramento da audição, da atenção diagnóstica e da terapêutica especializada, garantidas a partir do processo de referência e contra referência do paciente portador de deficiência auditiva.
Já na alta complexidade o paciente recebe a atenção diagnóstica e terapêutica especializada, garantidas a partir do processo de referência e contra-referência do paciente portador de deficiência auditiva.