A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio da Coordenação de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (Dant) e da Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS), realizou, nesta terça-feira (2), no auditório da Procuradoria Geral do Município (PGM), a capacitação “Estratégias para o Cuidado da Pessoa com Hipertensão Arterial Sistêmica na Atenção Básica”. O treinamento é voltado para os profissionais de saúde que atuam na atenção básica e aborda temas relacionados à atenção médica, cuidados da enfermagem, assistência farmacêutica, alimentação, atividade física e tabagismo voltados para o público hipertenso.
Segundo a coordenadora do Dant, Rozali Costa, a capacitação veio da necessidade de atualizar os profissionais sobre as estratégias e manejos de pacientes com hipertensão. “Já havia esse trabalho nas unidades, mas o caderno n° 37, que fala da hipertensão arterial sistêmica na atenção básica, passou por uma revisão, então sentimos que era preciso atualizar médicos, enfermeiros, nutricionistas, todos os profissionais para que eles trabalhem de forma integrada e multidisciplinar”, explicou.
Ainda de acordo com Rozali, esse treinamento é feito com base no Boletim sobre Doenças do Aparelho Circulatório (DAC), que objetiva analisar semestralmente o perfil da mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis em Maceió. “Esse boletim tem a finalidade de servir como subsídio para o planejamento e execução das ações de prevenção e combate a essas doenças, mediante qualificação da gestão e redes de atenção”, pontuou.
O Boletim informa a frequência de óbitos pelas quatro principais doenças crônicas (aparelho circulatório, doenças respiratórias, câncer e diabetes), na faixa etária de 30 a 69 anos, no período de 2009 a 2013. Em 2009 houve 1332 óbitos por doenças crônicas, já em 2010, esse número foi de 1384. No ano de 2011, foi observado um índice de 1552, em 2012 esse número caiu para 1517. Em 2013, foram 1476 óbitos. Com as capacitações, espera-se para 2014 uma redução para 332,58 a cada 100.000 habitantes.
São fatores de risco para o desenvolvimento da doença, o elevado índice de massa corporal, tabagismo, maior causa de doenças cardiovasculares, e níveis altos de colesterol (abaixo de 200, existe apenas 3% de chance de desenvolver hipertensão, já se esse número for maior ou igual a 200, as chances aumentam para 18%).
Para o cardiologista Francisco de Assis, que ministrou uma palestra sobre a prevenção e controle da hipertensão arterial na atenção básica, um paciente com hipertensão que chegue à atenção básica e apresente hipertensão resistente, ou seja, não controlada com fármacos, lesão de órgãos ou hipertensão secundária, deve ser encaminhado para um especialista.
“Na atenção básica a enfermagem tem uma conduta importante que é confirmar a elevação da pressão arterial, identificar fatores de risco e orientar mudança de estilo de vida, solicitar rotina básica de exames e agendar consultas médicas, além orientar a prática de atividades físicas, cessação do tabagismo”, destacou o cardiologista.
Durante o dia ainda foram abordados temas como o papel da enfermagem no controle da hipertensão arterial, o papel da assistência farmacêutica, saúde bucal e hipertensão arterial, além de uma mesa redonda sobre atividades físicas, alimentação e cessação do tabagismo como formas de controle os índices de hipertensão arterial sistêmica.
A doença
A hipertensão arterial é um dos fatores de risco mais preocupantes, pois na maioria das vezes não apresenta sintomas. As pessoas que têm pressão arterial superior ou igual a 140 x 90 são consideradas hipertensas.
A pressão alta não tem cura, mas com a supervisão de um médico e mudando alguns hábitos ela pode ser controlada. Alguns cuidados básicos são: redução da ingestão de sal, redução do consumo de álcool, não fumar, evitar alimentos gordurosos, fazer exercícios físicos e controlar o estresse.
