No dia 10 de novembro é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez. A data tem como objetivo levar informação e educação sobre saúde auditiva para a população. A perda auditiva é uma das deficiências mais comuns na população brasileira. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Otologia, de cada mil crianças nascidas no país, três já nascem com deficiência auditiva. Já de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 15 milhões de brasileiros têm problemas auditivos.
No município, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realiza diversas ações permanentes voltadas para o atendimento desse público, oferecendo cursos e oficinas para preparar os servidores para o acolhimento da pessoa surda nas unidades de saúde, de modo que elas possam ter um melhor acesso aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a psicóloga do Programa de Atenção à Pessoa com Deficiência (PAPD) da SMS, Analinne Maia, termina em dezembro o primeiro curso básico de Libras, direcionado a profissionais de saúde, com foco nos assistentes administrativos, por serem eles que atuam em contato direto com os usuários. “O curso básico termina agora no fim do ano e no início de 2015, iremos abrir uma nova turma para o curso de Libras, agora com conteúdo específico voltado para a área de saúde. Podem se inscrever tanto quem já fez o curso básico, quanto quem não fez”, explica a psicóloga. Mais informações sobre o curso podem ser obtidas pelo email papd.maceio@gmail.com.
Os cursos acontecem uma vez por semana e tem duração de seis meses, oferecendo ao profissional mais oportunidade de lidar com os variados públicos, uma vez que os atendimentos, a prestação de serviços e demais interações sociais não contemplam totalmente o atendimento à pessoa surda, já que o modo como os deficientes auditivos lidam com o mundo é diferente daqueles que ouvem e a constante capacitação é importante para promover a inclusão social.
Analinne destaca ainda outra ação importante do Programa, as oficinas de capacitação. Em setembro deste ano, os profissionais das unidades básicas de saúde participaram da oficina “O Atendimento da Pessoa Surda na Saúde”, ministrada pelo professor Paulo André da Silva Bulhões, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que também é surdo.
Na ocasião, enfermeiros, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, auxiliares e técnicos de enfermagem, que trabalham nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Estratégia de Saúde da Família (ESF), Unidades de Saúde (US) e nas Unidades de Pronto Atendimento (Upas), aprenderam como melhor acolher os pacientes com deficiência auditiva, destacando que em qualquer lugar ouvintes podem se comunicar por meio de gestos e mímicas, onde os movimentos do corpo podem exprimir ideias e sentimentos.
Parcerias
Para o atendimento, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) conta com uma parceria com o Centro de Atendimento às Pessoas Surdas (CAS), que oferece gratuitamente serviços de formação de professores em Educação e Surdez, Português e Matemática para surdos, e cursos de Língua Brasileira de Sinais (Libras). O CAS fica na Rua Ernesto Maranhão, s/n, Jatiúca, ao lado da Escola Estadual Rosalvo Lobo. O espaço já atendeu cerca de 1.500 pessoas, desde sua fundação em 2006.
Os usuários que também desejam mais informações sobre o atendimento da pessoa surda e capacitações no município podem procurar o serviço do PAPD no Bloco M (Salas 129 e 130) do Pam Salgadinho, onde funciona o atendimento ao público.
Política da Saúde Auditiva
A Portaria nº 2 073 do Ministério da Saúde (MS), de 28 de setembro de 2004 , instituiu a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva nas esferas nacional, estadual e municipal. Dentre os preceitos estão o desenvolvimento de estratégias de promoção da qualidade de vida, educação, proteção e recuperação da saúde e prevenção de danos, protegendo e desenvolvendo a autonomia e a igualdade de indivíduos e coletividades.
Na atenção básica são realizadas as ações de caráter individual ou coletivo, voltadas para a promoção da saúde auditiva, da prevenção e da identificação precoce dos problemas auditivos, bem como ações informativas e de orientação familiar. Na média complexidade é realizada a triagem e monitoramento da audição, da atenção diagnóstica e da terapêutica especializada, garantidas a partir do processo de referência e contra referência do paciente portador de deficiência auditiva.
Já na alta complexidade, o paciente recebe a atenção diagnóstica e terapêutica especializada, garantidas a partir do processo de referência e contra-referência do portador de deficiência auditiva.