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Síria: Médicos Sem Fronteiras denunciam ?êxodo em massa? de Al Safira

Em menos de 20 dias, 130 mil pessoas saíram da cidade de Al Safira, no Norte da Síria, fugindo de bombardeios permanentes em um “êxodo em massa”, informou hoje (25) a organização não governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Segundo a MSF, quase toda a população de Al Safira fugiu, assim como moradores de áreas próximas, no sudeste da província de Alepo, no Norte do país. “Diante da magnitude das necessidades destes deslocados, a ajuda humanitária é insuficiente”, informou o comunicado da organização.

A diretora de operações da MSF, Marie-Noelle Rodrigue, explicou que ataques extremamente violentos em Al Safira, que começaram no dia 8 de outubro, obrigaram pessoas que já tinham fugido da violência em outros locais a fugir novamente. De acordo com Marie-Noelle, os ataques deixaram 76 mortos e 450 feridos em cinco dias.

“Essas pessoas chegam a zonas onde já há grande número de refugiados, onde os raros agentes humanitários presentes enfrentam necessidades gigantescas”, explicou.

Os refugiados que chegaram a Manbij, nordeste de Al Safira, foram instalados em um estacionamento onde há apenas um banheiro e em edifícios em construção sem portas ou janelas. A organização condenou o bombardeio deliberado de estabelecimentos médicos, como um hospital de campanha destruído por bomba lançada de um helicóptero na última segunda-feira (21).

“As Nações Unidas e os países que têm influência neste conflito têm de demonstrar a mesma determinação na resolução das questões de ajuda humanitária que demonstraram nas questões de armas químicas”, disse o presidente dos MSF, Mego Terzian.