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Alagoas

Sindicato dos Médicos divulga fotos de corpos expostos no IML

Cadáveres ficam expostos

A defasagem salarial dos médicos legistas, a carga horária de trabalho excessivo e as deficiências estruturais no Instituto Médico Legal (IML) foram os motivos que resultaram na pior crise do órgão em Alagoas. A falta de negociação entre o Governo do Estado e os legistas tem dificultado a realização dos serviços no instituto.

Nesta terça-feira, 25 de setembro, a categoria divulgou algumas fotos que mostram a deficiência e precariedade do local. As imagens mostram um ambiente de muita sujeira, com cadáveres expostos e até insetos se alimentando do que seriam restos mortais dos corpos.

A categoria decidiu divulgar as fotos como forma de protesto contra a prisão do presidente do Sinmed, Wellignton Galvão, detido nesta segunda-feira, 24, por ter descumprido decisão da Justiça que determinou a volta dos médicos legistas ao trabalho. As imagens divulgadas são chocantes.

De acordo com Galvão, os profissionais do instituto têm até que conviver diariamente com urubus tentando arrancar pedaços dos corpos enquanto eles tentam realizar os procedimentos da necropsia. Além do lixo que se acumula no pátio do órgão, instalações elétricas em péssimas condições, a falta de equipamentos adequados para os legistas e a presença de insetos, as imagens também mostram muito sangue espalhado pelo chão e médicos realizando necropsia do lado de fora do IML, precisando utilizar uma pedra para sustentar a cabeça de um dos cadáveres.

Ainda segundo, Wellignton Galvão, o IML deveria estar fechado desde o dia 18 de dezembro de 2011 por determinação da Justiça, no entanto encontra-se em pleno funcionamento mesmo sem ter nenhuma condição de uso. Na ocasião em que foi preso o presidente do Sinmed declarou em entrevista a imprensa que o governador Teotônio Vilela (PSDB) e o secretário de Defesa Social, Dário César, são os culpados pelo caos no IML.

“Como é que um governo quer não respeita os vivos vai respeitar os mortos? Tentamos por diversas vezes encontrar uma solução, mas quando chega no secretário Dário as negociações travam”, desabafou.