Delegacia tem capacidade máxima de 9 presos
A diretoria do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) fez uma visita ao prédio onde funciona a delegacia de Igreja Nova, no Baixo São Francisco alagoano, e constatou diversas irregularidades em sua estrutura, além de superlotação e falta de efetivo policial.
De acordo com a assessoria do sindicato, atualmente a delegacia, que tem capacidade máxima de 9 presos, encontra-se com 22 detentos, incluindo um menor sem condição de permanência no local.
A superlotação, inclusive, contraria a recomendação da Promotoria de Justiça de Igreja Nova, de que a delegacia não recebesse nenhum preso até que a capacidade máxima de carceragem de nove detentos fosse respeitada.
Ainda durante a vistoria, o sindicato constatou que não há viatura da Polícia Civil, o que torna o local mais perigoso. “Sem a viatura, o policial não poderá fazer um socorro de preso, atender a população ou as demandas na delegacia. Faltam sensibilidade e responsabilidade do Governo do Estado”, desabafa o presidente do Sindpol, Ricardo Nazário.
Na delegacia, os dirigente do Sindpol também encontraram um rato morto na cozinha da delegacia, além das precárias condições estruturais, como entulhos, materiais de apreensão, como carros e motos, que tornam o ambiente de trabalho insalubre. O sindicalista informa que devido ao baixo efetivo da Polícia Civil, foi constatado que o policial recebe o apoio de um guarda municipal 24 horas.
Ricardo Nazário informa que vários policiais denunciaram a situação ao Sindpol na semana passada. “O Sindicato interveio com o diretor da Área da Polícia para amenizar a situação, solicitando a retirada dos presos e o aumento do efetivo na delegacia. Obtivemos a resposta da possibilidade de retirada de três presos, mas que não foi efetivada porque a equipe da delegacia não conseguiu remanejá-los”.
Com relação à lotação de mais policiais civis, a diretoria da Área da Polícia informou que a escala de plantão do adicional noturno consta que nunca um policial fica sozinho na delegacia.
Durante a vistoria, o presidente do Sindpol recebeu uma ligação do diretor da Área de Polícia, informando que conseguiu a disponibilidade de vagas no sistema prisional, o que possibilitou que 11 presos foram transferidos de imediato da delegacia.
O Promotor de Justiça de Igreja Nova havia realizado uma inspeção há 20 dias, e deixou um documento, recomendando a retirada de presos devido à impossibilidade de a delegacia manter o excesso de preso, considerando a precária situação que aumenta a possibilidade de rebeliões, fugas e até mortes.
Do Sindpol, estiveram em Igreja Nova, além do presidente, Ricardo Nazário, a 2ª vice-presidente, Arlete Bezerra, o diretor de Comunicação do Sindpol, Edeilto Gomes, e o Conselheiro de Ética Etélio Charles Malta de Pontes.
