O semi-árido alagoano está em discussão no simpósio promovido em Arapiraca
Criar estratégias para frear a devastação do bioma da Caatinga em Alagoas.Com este objetivo, Arapiraca recebe o 1º Simpósio Alagoano sobre Ecossistemas do Semi-Árido, evento que começa nesta terça-feira, 08, no Auditório Teatro do Sesi – rua Camilo Collier, 520, Arapiraca, a partir das 8 horas.
Serão três dias de debates, com a realização de mesas redondas e apresentação de trabalhos científicos, discussões que serão encerradas com a elaboraração da “Carta de Arapiraca”, documento símbolo do “Pacto Alagoano em Defesa do Bioma da Caatinga”, contendo as principais diretrizes para orientar ações de sustentabilidade e crescimento econômico da região semi-árida. As sugestões serão compatíveis com o manejo florestal e a preservação dos seus ecossistemas, com destaque para a vegetação de Caatinga, seriamente ameaçada pelos desmatamentos.
Florestas energéticas e ceramistas
A programação divulgada para a imprensa destaca a mesa redonda prevista para a manhã de quinta-feira que abordará o tema “Florestas Energéticas e Cadeia Produtiva do Semi-Árido”, com o engenheiro agronômo Shirlan Madeiros (especialista em reflorestamento para uso industrial) e o empresário Frederico Gondim, da Federação das Indústrias e representante da cadeia ceramista em Alagoas.
Antecedendo esse debate, o engenheiro florestal Marcos Antonio Drumond, da Embrapa Semi-Árido, falará sobre as “Potencialidades do Eucalipto no Nordeste.” Nos dois casos, a ênfase é na exploração do eucalipto no semi-árido, projeto que desperta polêmica entre os que apoiam a iniciativa e os que apontam danos pelo uso da árvore em escala industrial em áreas consideradas próprias para a agricultura em geral.
Projeto premiado abre simpósio
Já a palestra de abertura do simpósio será proferida pelo técnico agrícola Edilson Ramos de Lira, responsável pela ampliação de cisternas para armazenar água potável no Sertão de Alagoas, parceria que envolve governo federal, prefeitura e comunidades atendidas. A iniciativa recebeu no dia 25 de março deste ano o prêmio Rosani Cunha de Desenvolvimento Social (Ações Integradas para Proteção e Promoção Social), primeiro lugar na modalidade municípios, concorrendo com 454 práticas exitosas na área de Segurança Alimentar, Assistência Social e Inclusão Produtiva.
Em 2009, Edílson Ramos conquistou outro prêmio em nível nacional, batizado com o nome do escritor Josué de Castro (autor do clássico Geografia da Fome) com o mesmo trabalho: “Acesso à água para consumo humano em comunidades rurais do semi-árido”. À tarde, o engenheiro florestal Francisco Campelo, que tem trabalhos em toda a região nordestina, fará um diagnóstico sobre o Bioma Caatinga em Alagoas.
Canal do Sertão e Instituto Ecoengenho
Na quarta-feira, 9 de junho, haverá exposições sobre o Canal do Sertão alagoano, com o engenheiro Ricardo Aragão, da Secretaria de Estado da Infraestrutura, José Roberto Fonseca sobre as experiências do Instituto Ecoengenho em áreas sertanejas, e uma palestra do professor Dr. José de Arimatea, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que fará um diagnóstico da gestão florestal na região Nordeste.
O 1º Simpósio Alagoano sobre Ecosistemas do Semi-Árido é uma promoção conjunta da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH), do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e da Prefeitura de Arapiraca, com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, regional Alagoas (Senac Alagoas). Mais informações: (82) 3214.1446, (82) 9341.8933 e (82) 9644-4029.