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Cultura

Simpatias e preces enriquecem festejos juninos

As festas juninas começaram e com ela remete-se logo às gostosas e tradicionais simpatias que caracterizam bem esse período rico de expressões culturais do povo brasileiro, nordestino e, em especial, alagoano.

Com o objetivo de sempre reeditar essas tradições que representam toda essa expressão cultural, o governo de Alagoas juntamente com a Prefeitura Municipal de Maceió lançaram pela segunda vez consecutiva a parceria que vai levar algumas dessas manifestações a mais de 20 arraiais somente na capital.

Para a professora Carmen Omena, as simpatias estão intimamente ligadas ao aspecto religioso dentro da trindade dos famosos Santo Antônio, o mais requisitado e que segundo reza uma lenda levou três irmãs solteiras ao altar, além de São João e São Pedro.

E quem já não ouviu nesse tempo, simpatias como aquela que diz que se “plantar um dente de alho, faça um pedido. Se amanhecer brotado, obtém-se o que se deseja”. Ou ainda “se deixar uma bacia de água ao relento, antes do nascer do sol, ir até lá olhar o rosto. Se a pessoa não puder ver a própria sombra, os desejos não serão atendidos”.

Ou ainda: No dia de São João, indagar o nome do primeiro mendigo que pedir esmola. Este será também o nome do futuro noivo.

“Podemos dizer que é uma festa que adaptada à brasileira pois ela nasceu da festas pagãs europeias, como a celebração dos povos bárbaros pela farta colheita, somada ao catolicismo, uma vez a figura de São João na crença popular seria precursor de Jesus. Em Portugal, por exemplo, chamavam-se festas joaninas, mas no Brasil o nome foi adaptado para junina, em referência ao mês de junho e aos santos”, explica Carmen Omena.

É comum nesse tempo, lembra o folclorista Luiz Barroso, a gente ouvir histórias do tipo: “Faça uma prece no quarto pedindo um noivo. Depois ela (a mulher interessada em arrumar um casamento) vai à janela da casa e se a primeira pessoa que aparecer na rua for um jovem o noivo vai aparecer logo. Se for uma pessoa mais velha, o casamento vai demorar”, conta Barroso, citando uma das simpatias mais tradicionais por essas bandas.

Como se sabe a comemoração da festa junina homenageia Santo Antônio, São João e São Pedro cujas datas se celebram nos dias 13, 24 e 29 de junho, respectivamente. Trazida no período colonial pela corte portuguesa que aportou em terras brasileiras em 1808.

“A verdade é que ao chegar aqui, as tradições européias das danças e de homenagem à natureza adotadas pelo catolicismo, como veneração aos santos juninos, receberam as cores e matizes brasileiros e a região em que isso ocorreu mais forte foi a do Nordeste”, completa Barroso, ao fazer coro com a professora Carmen Omena.

“Mas outro aspecto que não se pode esquecer é que apesar dessa coisa da globalização e até da urbanização que se perdeu um pouco, a população nordestina, principalmente a do interior, ainda conserva elementos fortes dessa expressão”, acredita a professora.

Sorte grande

Escrever três nomes de pretendentes em pedaços de papel. Depois de dobrados, colocar um dentro do fogão, outro na rua e outro sob o travesseiro. Ao amanhecer, desdobrar o que tiver ficado debaixo do travesseiro para saber com qual deles se casará.

– Colocar sobre uma mesa três pratos: um contendo água, outro uma flor e outro um terço. As pessoas que estiverem disputando a sorte deverão entrar com os olhos vendados e se postar diante da mesa. O prato que ficar à sua frente conterá o seu futuro. Se for o da água, viagem; se for o da flor, casamento; se for o terço, ingresso na vida religiosa.

– Amarrar um fio numa aliança. Colocar em cima de um copo d’água. Contar quantas vezes ela vai balançar (sem mexer a mão). O resultado será o número de anos que a pessoa vai levar para se casar.

– Pegar uma vela acesa e deixar que ela derreta pingando em cima de um prato com água. A inicial que se formar será a do nome do futuro marido.

– Escrever todo o alfabeto em pedaços separados de papel, dobrando-os em dois e colocando-os dentro de uma vasilha com água no sereno. O que aparecer aberto, conterá a inicial do futuro marido.

– Na véspera de São João, põe-se água na boca e fica-se atrás de uma porta escutando. O primeiro nome de rapaz (ou de moça) que se ouvir, será o nome do futuro namorado ou namorada.

– Dar nós nas quatro pontas do lençol, tendo-se previamente escrito nelas os nomes de quatro pessoas queridas, mas os nós não podem estar muito apertados. Ao amanhecer o nó que estiver desmanchado indicará o nome do futuro esposo ou esposa.

– Põe-se em cima de uma mesa vários objetos de diversos gêneros: sapatos, roupas, livros, instrumentos médicos etc… A moça (ou rapaz), de olhos vendados, procurará tirar um deles. O que sair, por exemplo, um livro, indicará a profissão da pessoa com quem a moça irá se casar. No caso, irá se casar com um professor.

– Um ramo de manjericão, que se passa sobre a fogueira e se joga ao telhado, indica casamento com moço, se na manhã seguinte estiver verde; e com velho se estiver morto.

– Faça uma travessa de canjica e coloque dentro dela uma aliança. Sirva a canjica em vários pratos e distribua os mesmos entre as moças presentes. A que receber o prato de canjica com a aliança será a que vai se casar primeiro.

– Colocar uma faca no tronco de uma bananeira. Retirar no outro dia e interpretar o desenho que ficar na faca para descobrir o nome do futuro noivo.