O drama da seca, que atingiu duramente o Estado este ano, reuniu prefeitos de vários municípios alagoanos no plenário da Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira, 28. Por iniciativa do vice-presidente da Casa, deputado Antonio Albuquerque (PTdoB), o Legislativo alagoano abriu as suas portas para debater o tema com os gestores municipais e buscar soluções para enfrentar o problema.
Na abertura dos trabalhos, Albuquerque salientou a urgente necessidade de se combater a chamada “indústria da seca”. “Todo mundo sabe que no próximo ano haverá uma nova seca, mas muitos se preocupam em vender, naturalmente, aquilo o que ela proporciona”, declarou ele. O parlamentar adiantou que irá apresentar indicação para que o governo federal libere recursos para construção de poços e que se conclua urgentemente o Canal do Sertão. “Deverei apresentar essa proposta ainda essa semana”, prometeu Albuquerque.
O comandante do Corpo de Bombeiros, Luiz Antonio, disse aos prefeitos e deputados que participaram da sessão, que foi criado um comitê de combate à seca, com o objetivo de identificar as necessidades de cada município. “É importante que cada prefeito, cada gestor, compareça ao comitê, que funciona na sede da Secretaria de Agricultura, para incluir o seu município nesse mapeamento”, pediu o comandante. Segundo ele, está prevista ainda para esta semana, a liberação de R$ 10 milhões por parte do governo federal para atender a população atingida pela forte estiagem.
Ainda de acordo com Luiz Antonio, 33 municípios estão incluídos no decreto de situação de emergência elaborado pelo governo estadual. “E devem entrar nesse rol outros três, totalizando 36 municípios atingidos pela seca”, acrescentou.
Conforme informações dos representantes do governo do Estado na sessão, 170 carros-pipa atendem aos municípios atingidos pela estiagem, mas esse número pode aumentar, caso não comece a chover nos próximos dias em Alagoas.
O coordenador da Defesa Civil estadual, coronel Gilson Romeiro, aproveitou para criticar a falta de mobilidade de alguns prefeitos que, apesar de criticar os governos estadual e federal, não buscam repassar a dificuldade sofrida pelo município para o órgão. “Infelizmente, não estamos recebendo o levantamento de dados por parte das Defesas Civis Municipais e os prefeitos não se articulam quanto a isso, apesar de mostrarem preocupação com o problema. Muitas vezes não chegamos de forma mais rápida em virtude da falta de números que retratem a demanda”, justificou ele.
Prefeitos de diversos municípios alagoanos, além do secretário estadual de Meio Ambiente, Ivã Vilela, bem como os deputados Inácio Loiola (PSDB), Judson Cabral (PT) e Isnaldo Bulhões Jr. (PDT) também participaram da sessão.