A leishmaniose, cujo dia de combate ocorre conforme a Lei Federal 12.604/2012, é uma zoonose que pode afetar animais silvestres e domésticos, como cães e gatos, sendo transmitida para o ser humano pelo mosquito flebotomíneo, conhecido como palha. Altamente grave, ela pode levar à morte em até 90% dos casos, se não for tratada da forma correta, segundo aponta a literatura médica.
A doença pode se manifestar de duas formas, segundo o coordenador do Programa Estadual de Controle de Leishmaniose, Clarício Bugarim, podendo ser tegumentar ou visceral. “A tegumentar está relacionada ao surgimento de lesões na pele ou mucosa, enquanto que a forma visceral é caracterizada por crescimento da região abdominal, febre prolongada e emagrecimento”, esclareceu o especialista.
Clarício Bugarim explicou que a transmissão ocorre quando o mosquito palha pica um animal infectado com o protozoário leishmania chagasi e, desse modo, se torna o vetor da doença, repassando-a para os seres humanos. “Se os animais domésticos, como cães e gatos, apresentarem fraqueza, perda de apetite, feridas que demoram a cicatrizar, descamação e perda de pelos, crescimento exagerado das unhas e inchaço do abdômen, é necessário procurar um médico veterinário”, pontuou o coordenador.
Isso porque, o animal pode estar com a leishmaniose e, desse modo, ocorrer a transmissão para as pessoas que tenham contato com ele. Quando a transmissão ocorre e, diante do surgimento dos sintomas, é preciso procurar uma UBS [Unidade Básica de Saúde] mais próxima da residência do paciente para que seja fechado o diagnóstico, que ocorre por meio de técnicas imunológicas e parasitológicas.
“Com a confirmação da doença, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, evitando complicações que podem evoluir para o óbito. Após o início do tratamento em uma UBS da Atenção Básica municipal, o médico pode encaminhar o paciente para complementar o atendimento no Hospital Escola Drº Hélvio Auto, referência no Estado para assistência a pessoas acometidas por doenças infectocontagiosas”, disse Clarício Bugarim.
Prevenção – Para a prevenção da doença é importante que as pessoas utilizem repelentes e mosquiteiros. “É necessário também evitar o acúmulo de matéria orgânica e de entulho nos quintais, além de realizar a higienização de locais como chiqueiros, pois esses são locais ideais para a reprodução do inseto transmissor da leishmaniose”, explicou a enfermeira e auxiliar técnica do setor de controle de leishmaniose, Fernanda Vieira.
Segundo informações do Programa Estadual de Controle de Leishmaniose, nos últimos 10 anos, foram registrados 504 casos de leishmaniose visceral em Alagoas. Quanto à forma tegumentar, houve a notificação de 645 casos no mesmo período, segundo aponta o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), órgão vinculado ao Ministério da Saúde (MS).
Conforme o secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, o Dia Nacional de Combate à Leishimaniose é uma oportunidade importante para conscientizar a população sobre a prevenção e orientar sobre o diagnóstico e tratamento da doença. “Enquanto técnicos e autoridades de saúde pública, nosso papel é educar e orientar a população alagoana, com o foco em evitar doenças, principalmente as transmissíveis”, frisou o gestor da saúde estadual.