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Alagoas

Servidores da Justiça Federal em Alagoas aderem à greve nacional

Os servidores da Justiça Federal ratificaram a deliberação de greve por tempo indeterminado, no início da noite desta quarta-feira (16).

Atendendo os servidores da 5ª Vara Federal, que se manifestaram favoráveis à luta pela aprovação do Plano de Cargos e Salários (PCS), o comando de greve realizou novo ‘arrastão’ nas varas federais para fortalecer o movimento paredista pela revisão dos Planos de Cargos e Salários da categoria.

O coordenador Jurídico do Sindjus/AL, Paulo Falcão, destacou que a greve está consolidada no Tribunal Regional do Trabalho, mesmo com as ameaças de corte de ponto e de destituição de função comissionada, o movimento se fortalece. O sindicalista ressaltou que os servidores só têm até antes da data do recesso forense para forçar a negociação entre o Executivo e o Legislativo quando a disponibilidade orçamentária para que os projetos de leis 6.613/2009 e 6.697/2009 sejam aprovados.

O coordenador Administrativo do Sindjus, Alex Sandro Cardoso, alertou que a pressão por cumprimento de metas, a função comissionada e a precarização no serviço público vêm tornando a categoria mais vulnerável ao adoecimento, como a LERT/DORT e as doenças psíquicas. “Se a gente não disser não, isso não vai parar”. Uma servidora acrescentou a rotatividade do processo. “Se dou conta de dez processos, já surgem mais 20 em cima da minha mesa”.

O servidor Adriano Moraes enfatizou a necessidade de que todos parassem, destacando que a greve não era de apenas uma ou duas pessoas, mas de todos. “Ou para todo mundo ou não para ninguém. Temos qualificação. Temos responsabilidade pelo que fazemos, mas não temos bom salário. Se não lutarmos agora, ficaremos dez anos sem aumento”, lembrou-se da PEC 549.

Alex Sandro reforçou que o seu maior medo é o congelamento de salário. “Estamos lutando não por conquistas, mas para mantermos o que conquistamos. Mantermos o nosso padrão de vida. Não vamos esperar voltar a ganhar o equivalente a R$ 700,00. Se não reagirmos hoje, perderemos o foco amanhã”, apontou.

Do mesmo modo afirmou o servidor Carlos Alberto. “Se a situação já não é confortável agora, imagine daqui a nove anos quando houver a aprovação da PEC 549 do congelamento de salário. “Temos que dar o nosso último gás. A inflação está aí. Temos que mostrar força. O PCS é só uma medida ‘cautelar’ para repormos a inflação”.

O servidor destacou que a categoria deve se engajar ao movimento, ser um exemplo para os outros estados. “Se ficarmos calados, estaremos concordando com que o governo diz que o nossos salários são magníficos”.

Serviços essenciais

Na reunião, que aprovou por unanimidade a participação da greve, os servidores decidiram encaminhar à Administração da Justiça Federal um documento propondo os serviços essenciais que serão mantidos e o quantitativo de trabalhadores que permanecerá a serviço. O objetivo dos servidores é fazer uma espécie de ‘rodízio’ para manter os serviços essenciais.

Concentração da luta

Os servidores da Justiça Federal decidiram participar das atividades de luta em frente ao prédio das Varas Trabalhistas, a partir das 8 horas. Nesta quinta-feira (17), o comando de greve reforçará a mobilização com visitas aos servidores na Justiça Federal no horário da tarde.