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Alagoas

Servidoras penitenciárias superam desafios para promover ressocialização

Cada vez mais mulheres ocupam cargos de chefia

O dia internacional da mulher é comemorado no dia 8 de março. Esta data foi definida como forma de homenagear as mulheres que foram mortas durante uma reivindicação por melhores condições de trabalho em 1857, em uma fábrica de tecido, na cidade de Nova Iorque. Muito mais que comemorativa esta é uma data para reflexão.

Conseguir espaço no ambiente de trabalho é uma missão diária. As mulheres que trabalham na Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) provam que independentemente do gênero, o que prevalece é a competência. Exemplo disso, são as gestoras que ocupam cargos fundamentais para o desenvolvimento do trabalho de ressocialização. Suas ações agregam a educação, o trabalho, a saúde e a capacitação profissional.

Andréa Rodrigues é agente penitenciária há quase 10 anos. Desde o início de sua vida profissional buscou qualificação, graduando-se em sistemas de informação e se especializando em Gestão Penitenciária. Dentro do Sistema Prisional, atuou em diversos setores, como o Presídio Feminino Santa Luzia, na gerência de Núcleo de Indústria e Agropecuária até chegar à Diretoria de Educação, Produção e Laborterapia.

Para a gerente Andréa Rodrigues, os principais desafios da vida profissional são superar os obstáculos, atender as expectativas dos companheiros de trabalho, além de conseguir manter-se perseverante e motivada. Para isso, há uma busca contínua para obter novas fontes de conhecimento e disseminar sua aprendizagem no âmbito de trabalho.

“Além disso, a questão do gênero, na área de segurança, é bem complicada. Para mim, um dos maiores obstáculos é o preconceito! Tem gente que ainda acha que mulher não entende nada de segurança, independente do tempo de experiência que a gente possui”, explicou a gerente.

Após superar adversidades no trabalho, como menosprezo, indiferença e arrogância dos colegas no início da carreira, a gerente segue uma trajetória profissional invejável, sendo atualmente responsável pela oferta de educação e trabalho no Sistema Prisional.

“Acredito que a empatia é minha principal característica, pois me imagino no lugar dos reeducandos e penso como é difícil aquela situação. Logo, tento fazer o melhor que posso para garantir mais dignidade aos custodiados, mas principalmente, aos familiares”, disse Andréa.

Em outro setor da Seris, trabalha Shirley Araújo. Também agente penitenciária, ela está na gerência da Reintegração Social e Acompanhamento de Alternativas Penais desde 2013. O trabalho que desenvolve é fundamental e para ela, o principal desafio é sensibilizar a opinião pública.

“Precisamos que as pessoas entendam a necessidade de se dar oportunidade aqueles que em algum momento da vida infringiu a lei, que está à margem da sociedade, só assim conseguiremos acabar com o preconceito”, afirmou Shirley Araújo.

As duas gestoras possuem um objetivo em comum: influenciar positivamente a população carcerária para que possam reconstruir suas vidas pós-cárcere. Andréa e Shirley são apenas dois exemplos das muitas profissionais competentes que atuam na Seris. Elas, assim como todas as outras servidoras, são a personificação da luta, do trabalho e da competência, pois provam diariamente que lugar de mulher é onde ela quiser.