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Alagoas

Serviço vascular do HGE salva vidas e garante assistência ágil aos alagoanos


A falta de circulação na perna esquerda quase levou Jordanna Karlla Veras a perder sua perna. Atendida pela equipe de cirurgiões vasculares do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, a paciente se recupera do susto vivido e conta, emocionada, sua história, após ser salva pela equipe do Serviço de Cirurgia Vascular do maior hospital de urgência e emergência de Alagoas.

“Foi muito difícil para mim, porque eu moro sozinha em Maceió e meus pais residem no interior do Estado. No início dos sintomas eu estava sozinha, por isso, fiquei muito assustada”, recorda.

Ela relata que acordou com um incomodo na virilha, que durou o dia todo. Após as aulas do cursinho preparatório para o vestibular, já à noite, notou a perna muito pesada e um cansaço ao subir escadas. Não pensou duas vezes e, com a ajuda de amigos, foi para o HGE.

Aos 18 anos de idade, Jordanna Karlla teve duas tromboses, uma arterial e outra venosa, um caso raro e de extrema gravidade, segundo os médicos que a atenderam. Na trombose, o sangue deixa de circular no membro afetado, em decorrência da formação de um coágulo sanguíneo, que obstrui a passagem. Sem circulação, o membro e a saúde do paciente ficam comprometidos. O tempo é um aliado fundamental.

“Foram realizados dois procedimentos cirúrgicos na jovem Jordanna, o que garantiu a vida e o completo restabelecimento de sua perna. Ela chegou à unidade hospitalar sem circulação no membro esquerdo há mais de 14 horas”, expôs o cirurgião vascular Cézar Ronaldo Alves.

Segundo o especialista, a paciente ficou internada no HGE durante 11 dias, após os procedimentos cirúrgicos. Hoje, já em casa, realiza acompanhamento ambulatorial com membros da equipe médica.

Turista do RJ é salva no HGE – Como Jordanna, a aposentada Eunice Custódio, 61 anos, também quase perdeu uma das pernas, mas em um acidente automobilístico. Ela foi vítima de um capotamento, em janeiro, no município de Pilar. Chegou ao HGE com uma fratura exposta na perna direita.

Dona Eunice reside no Rio de Janeiro e foi passar férias no Rio Grande do Norte, na casa de parentes. Na volta para o Rio, aconteceu o acidente. Recentemente ela retornou ao HGE para ser reavaliada pela equipe de vasculares de Alagoas, porque não conseguiu ser atendida nos hospitais da região.

“Sou muito grata aos profissionais daqui. Minha vida foi salva graças à agilidade e capacidade técnica dos profissionais desta unidade hospitalar. E agora me recebem novamente, após peregrinar de hospital em hospital. Um pedaço do meu coração deixo aqui com eles”, falou com emoção.

No caso de dona Eunice, além dos profissionais da área vascular, os cuidados da equipe médica da ortopedia e da cirurgia plástica também foram imprescindíveis. A dona de casa passou por vários procedimentos cirúrgicos e fez uso de curativos específicos para o completo restabelecimento da perna.

O Serviço de Cirurgia Vascular e Endovascular do HGE vem fazendo diferença na vida de pessoas como Jordanna e dona Eunice. A área atua no diagnóstico e tratamento de doentes que apresentam problemas na circulação arterial, venosa e ou linfática. E, também, realiza angiografias diagnósticas e cirurgias endovasculares, com procedimentos minimamente invasivos. Todos com cobertura do SUS.

“Uma perspectiva diferente para os pacientes com problemas vasculares está sendo observada em Alagoas. As novas técnicas utilizadas reduzem o tempo de recuperação do paciente e realizam procedimentos bem mais rápidos e com incisões menores; além de diminuir a necessidade de UTI”, destacou a diretora do HGE, Verônica Omena.

Atendimento Vascular – As doenças vasculares são importantes causas de morbidade e mortalidade no Brasil e afetam pacientes com complicações da diabetes, como os pés diabéticos, hipertensão arterial sistêmica, doença arterial obstrutiva periférica, aneurismas, traumas graves, dentre outras. Elas elevam os índices de amputações e mortalidade, mas com a técnica endovascular é possível diminuir estas amputações.

Os procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos vêm diminuindo a necessidade de amputações de alguns pacientes. A nova técnica da área vascular, que realiza os procedimentos cirúrgicos através de pequenas incisões e com sedação mais leve, veem salvando a vida de muitos pacientes do HGE. Em média, são realizados, por mês, procedimentos endovasculares em 25 pacientes na unidade hospitalar.

A taxa de permanência desses pacientes que, antes girava em torno de 12 dias, agora é de 4,5 dias. Das cirurgias vasculares realizadas, 90% são programadas e 10% oriundas de traumas. “O HGE está funcionando com o que há de mais moderno na área. As cirurgias realizadas no hospital são oferecidas em poucos centros referenciados pelo SUS no País. São práticas adotadas nos melhores centros do Brasil, isto qualifica a unidade hospitalar entre os melhores hospitais do Estado”, assegurou a secretária de Estado da Saúde, Rozangela Wyszomirska.

Prevenção – O médico esclareceu as pessoas que possuem histórico familiar de doenças vasculares como trombose, varizes, pé diabético, erisipela (infecção na pele) ou Acidente Vascular Cerebral (AVC), precisa ficar atento para identificar e tratar precocemente os fatores de risco. Os cuidados preventivos podem evitar internações hospitalares e, principalmente, amputações de membros.

Os principais fatores de risco para as doenças vasculares são a hipertensão, diabetes, tabagismo, obesidade, estresse e o sedentarismo. Segundo Ricardo Cézar, o número de pacientes com doenças vasculares que procuram o HGE poderia ser reduzido pela metade, caso houvesse prevenção como, por exemplo, o controle da glicemia, hipertensão, colesterol e higiene diária nos pés dos diabéticos.