A pandemia levou ao adiamento das eliminatórias da zona sul-americana para a Copa do Mundo 2022 e, dessa forma, as atenções se centraram ainda mais nos encontros disputados na Europa. Se tem imagem que marca a rodada de qualificação europeia, essa é a saída em fúria de Cristiano Ronaldo após o encontro entre Sérvia e Portugal, reagindo assim ao fato de o juiz não ter dado gol em um lance em que a bola efetivamente ultrapassou a linha. Em uma era marcada pelo recurso ao vídeo-árbitro e à tecnologia da linha de gol, que se passou na noite de Belgrado, capital da Sérvia?
Final infeliz para os portugueses
Acréscimos no estádio Marakana, em Belgrado. Portugal e Sérvia estão disputando a segunda rodada das eliminatórias de apuramento para a Copa do Mundo 2022 e, após uma grande entrada portuguesa com dois gols da autoria de Diogo Jota, a seleção da casa chega ao empate com tentos da autoria de Mitrovic nos primeiros 15 minutos do segundo tempo. De acordo com o site esportivo www.apostasesportivas24.net, o favoritismo à entrada para o desafio estava do lado português e esse era um resultado que não satisfazia “lusos”. Já nos acréscimos, pouco tempo depois de Danny Makkelie dar ordem de expulsão a Nikola Milenkovic, uma bola longa surge na área da Sérvia em uma última tentativa portuguesa de assumir nova vantagem. Cristiano Ronaldo desvia a bola para o gol, Stefan Mitrovic tenta o corte “in extremis”, a bola parece ultrapassar a linha e se soltam as celebrações portuguesas, mas o juiz da partida não dá gol para Portugal. O jogo termina e Cristiano Ronaldo abandona o gramado bem furioso, atirando inclusive a braçadeira de capitão e após o encontro, em seu Instagram, o astro português referiu que o gol não validado “prejudicou uma nação inteira”. Por essa altura, você se estará interrogando: em 2021, como é que a tecnologia não ajudou a validar o gol?
Nem VAR, nem tecnologia de linha de gol
Nos dias que correm, as principais ligas de futebol têm vídeo-árbitro e esse é um recurso ao qual já todos os torcedores estão bem acostumados. Ainda antes da introdução do VAR, os juízes eram já auxiliados pela tecnologia da linha de gol, podendo conferir se a bola entra na baliza ou não através do relógio em uma questão de segundos. Mas afinal, de quem é a culpa no casso desse Portugal – Sérvia?
O Mundial é organizado pela FIFA, mas a organização das eliminatórias é da responsabilidade de cada Confederação. No caso sul-americano, a responsável é a CONMEBOL, enquanto na Europa, é a UEFA. No caso, a UEFA é responsável por nomear os árbitros para cada partida e decidir se existirá ou não VAR nos jogos – nesse caso, a Confederação europeia optou por não obrigar à adoção do protocolo VAR para os jogos das eliminatórias.
Já relativamente à tecnologia da linha de gol, em uma nota enviada pela UEFA à agência noticiosa Reuters, a Confederação esclareceu que “a decisão de utilizar tecnologia da linha de gol nos jogos de qualificação europeia é da federação do país onde se realiza cada encontro”. Nesse caso seria da Sérvia que jogou como mandante, importando realçar que se a federação do país onde se realiza o jogo quiser implementar a tecnologia da linha de gol, precisa obter consentimento da federação visitante para que isso aconteça. No caso desse jogo entre sérvios e portugueses, não foi implementando o sistema da linha de gol e, no final de contas, essa ausência acabou por ser negativamente decisiva no desfecho da partida.
Após o final do desafio, uma vez visionadas as imagens televisivas, o juiz holandês Danny Makkelie reconheceu o erro e pediu inclusive desculpas ao selecionador português Fernando Santos, tal como admitiu em declarações ao jornal português “A Bola”.
