Representantes de Movimentos Sociais e Populares das sete regiões de Saúde de Sergipe estiveram em Fortaleza, Ceará, junto com representantes dos demais Estados do Nordeste para debater melhorias para o Sistema Único de Saúde (SUS). Eles participaram da Plenária Nordeste de Saúde dos Movimentos Sociais e Populares.
Os representantes de Sergipe foram eleitos nas oito etapas das Plenárias que foram realizadas no Estado, sendo sete regionais e uma Estadual. Nessas Plenárias foram expostos os anseios e desejos da população para melhoria do SUS. Essas propostas dos cidadãos sergipanos serão defendidas na Plenária Nordeste de Saúde.
As Plenárias são espaços de ampliação da participação popular na construção do SUS, uma vez que nem toda a sociedade civil organizada está representada no segmento dos usuários dos Conselhos de Saúde. Entre as entidades sergipanas estavam as que representam os jovens, população LGBT, idosos, entre outros.
De acordo com o coordenador de plenárias do Conselho de Saúde de Sergipe, Carlos Alberto de Oliveira Silva, este ano está acontecendo um movimento contrário para ampliar a participação popular.
“Teremos em 2015 as Conferências de Saúde, onde são feitas as propostas de Políticas para o SUS. As Plenárias populares sempre aconteciam no ano anterior ou seguinte das conferências para que houvesse uma avaliação delas. Desta vez, está ocorrendo no ano das Conferências e, antes delas, para ouvir a população”, disse o coordenador.
Ainda de acordo com ele, “pesquisas apontam que somente 3% da população brasileira conhecem e sabem como os Conselhos funcionam, e esse movimento feito pelo Conselho Nacional de Saúde e pelo Ministério da Saúde vão aproximar a população das políticas de saúde e dos conselhos”.
A presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Maria do Socorro de Souza, esteve presente na Plenária e destacou que é preciso fortalecer a participação social na elaboração das Políticas de Saúde.
“Há aqueles que acham que as Conferências de Saúde estão em crise, mas nós entendemos que elas devem ser fortalecidas e essa forma de participação está no modo de inovar, mobilizar, politizar, divulgar a agenda, dialogar com os representantes da sociedade e governos. As Plenárias Populares resgatam o poder popular e incorporam os movimentos menores e os que estão excluídos dos conselhos. Elas têm um diálogo para a sociedade, inclusive, para a mídia que não fala bem das Políticas Públicas e do SUS, só desconstruindo o Sistema”, disse Maria do Socorro de Souza.
Para o presidente do Conselho de Saúde do Ceará (Cesau), João Marques de Farias, as Plenárias são momentos onde os pensamentos diferentes buscam unidades para construir as políticas de saúde. “É preciso fazer a defesa intransigente do SUS, levantando as contradições para construir unidades para a melhoria. Se pensássemos iguais não chegaríamos a nenhum lugar”, afirmou o presidente.
“Este momento de Plenárias e Conferências é para discutir um SUS mais igualitário. Esse foi um consenso que foi tirado da 8ª Conferência de Nacional de Saúde da qual participei com mais de cinco mil pessoas. Em muitos pontos não houve consenso, mas dos muitos diferentes pensamentos chegou-se a unidade que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado e é assim que temos que trabalhar”, disse Carlile Lavor, secretário de Saúde do Ceará.
Vinícius Ribeiro é presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate a Endemias de Aracaju. Para ele, é preciso efetivar a participação popular e dos trabalhadores na construção do SUS.
“Nesse evento queremos participar das discussões populares buscando a efetividade da participação da sociedade. Vou aproveitar para aprender mais sobre educação popular em saúde para partilhar com os demais trabalhadores”, afirmou o sindicalista.
