Esta quinta-feira, 27, foi de grande valia para os agentes culturais que atuam na cena museológica sergipana. Isso porque a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) deu início à Oficina de Preservação e Conservação do Museu Afro Brasileiro de Sergipe. A oficina conta com a parceria da Universidade Federal de Sergipe (UFS), e ocorreu no Museu de Arte Sacra, localizado em Laranjeiras.
A capacitação contemplou não apenas os funcionários do Museu Afro, mas também o público que tivesse interesse na área de museus, como os alunos de Museologia da UFS. Durante a manhã, a diretora do Museu do Homem Sergipano e mestre em memória social e documento pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Unirio), Verônica Nunes, ministrou a oficina sobre ‘Documentação museológica: uma forma de conservação’.
À tarde, os participantes foram orientados pela professora do curso de Museologia da UFS, Cristina Barroso. A especialista voltou sua oficina para o restauro de arquivos e documentos. Trata-se de uma oficina que mostrou aos alunos como trabalhar com documentos antigos, como fazer a higiene, entre outros.
Preservação e conservação
De acordo com a coordenadora de Museus da Secult, Sayonara Viana, a oficina é de suma importância para os sergipanos, pois a partir do próximo ano o Museu Afro passará por esse processo de preservação e conservação, servindo de parâmetro para outras unidades museais.
“A documentação é um tipo de preservação. Esse curso é para inventariar e viabilizar a participação dessas unidades em projetos do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), por exemplo, além da participação em outros editais. Além disso, esta oficina repercutirá, em 2012, no Museu Afro, local onde será desenvolvido esse trabalho de preservação e conservação – servindo de exemplo para outras unidades”, explanou Sayonara.
A professora Verônica Nunes destacou a necessidade da renovação de conhecimento das pessoas que trabalham com museus. “A nossa proposta é trabalhar mostrando a importância de se fazer a documentação museológica, que vai do inventário, ao livro de tombo, às fichas individuais do acervo. Todos nós que trabalhamos em museus temos que estar nos reciclando. Por isso hoje estou trabalhando a questão teórica, para que haja uma renovação desse conhecimento”, detalhou.
Público atento
Além de pessoas ligadas diretamente à questão museológica, a oficina contou, também, com a participação de pessoas de outras áreas, como Audiovisual, Artes Plásticas e História. Atentos à explanação de Verônica Nunes e Cristina Barroso, o público se mostrou bastante interessado durante as oficinas.
Segundo o artista plástico Joel Dantas, a oficina só tem a agregar valor ao seu conhecimento, já que as artes plásticas é uma área afim. “Procuro sempre expandir minha área de conhecimento. A minha área é uma área afim da questão museológica, já que a arte depois de produzida deve ser conservada. Vejo alguns valores da nossa cultura se depauperando, por isso é importante a participação de todos”, ressaltou o artista.
Já o estudante do curso de História da UFS, Luiz Ferreira dos Santos, reflete que como futuro historiador é necessário se ater acerca dos museus. “Senti a necessidade de aprimorar meus conhecimentos sobre essa questão, pois na universidade não temos uma disciplina tão específica sobre o assunto. A oficina está sendo de grande engrandecimento pessoal e profissional”, disse o estudante.