A sala de aula é um universo que acolhe vários universos e abraça também quem é diferente, especialmente àqueles que têm alguma deficiência ou algum nível de surdez. É na sala de aula que também acontece diversas ações e métodos que possibilitam a integração e a aprendizagem de crianças e adolescentes. Como é o caso das cerca de 88 escolas e creches municipais de Maceió, que recebem o auxílio de intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras), com o uso de jogos e dinâmicas visuais, para um maior auxílio na alfabetização de alunos surdos.
A Secretaria Municipal de Educação (Semed) entende que também é necessário contribuir para a acessibilidade dos pequenos estudantes. Há nas escolas um amplo cuidado com a capacitação de professores e auxiliares para o acolhimento conforme cada necessidade.
Para a compreensão da rede de afeto na Educação, a professora e técnica pedagógica do setor de Educação Especial da Semed, Gabriela Santos, informou como as estratégias educativas estão sendo utilizadas nas unidades escolares para esse público. Ela contou que, desde 2006, as escolas vêm contratando intérpretes de Libras para auxiliarem os professores em sala.
Uma equipe técnica especializada realiza visitas semanalmente nas unidades para monitorar se essas necessidades estão sendo cumpridas, como também para propor melhorias na aprendizagem. Gabriela e a técnica Aline Roberta são as responsáveis por este trabalho.
“A gente está sempre monitorando, vendo se as ações estão acontecendo mesmo, se os meninos estão indo para a escola, se o que a gente propôs, enquanto secretaria, está sendo realizado”, disse a técnica, que também informou que todos os alunos são contemplados, da criança de três anos, da Educação Infantil, até adolescentes do Ensino Fundamental à Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI).
Gabriela também explicou que há cerca de 15 intérpretes nas unidades de ensino, que executam a língua de sinais como suporte para os professores que não sabem Libras. Três escolas são polos voltados para alunos surdos: a Escola Nosso Lar I, localizada na Ponta Grossa, a Escola Carmelita Gama, que fica na Cidade Universitária e a Haroldo da Costa, no Tabuleiro do Martins. Nessa última, o atendimento vem sendo estruturado. Segundo a professora, essas escolas são polos porque se concentra um maior número de alunos surdos.
A técnica sente satisfação ao falar sobre o assunto porque, para ela, o setor está trabalhando para que os alunos se sintam pertencentes ao seus locais, se formem cidadãos.
“Tem aluno que não sabe Libras, então a gente faz o possível para que eles aprendam essa língua. A gente sabe que durante muitos anos os surdos foram negligenciados e fazer isso é uma satisfação. A gente está trabalhando em prol dos meninos e se tornarem cidadãos. É uma satisfação poder ajudar nessa parte, que eles possam crescer bem. Têm tantos surdos que estão na faculdade e que estão formados”, explicou.
Além da integração em salas de aula comuns, os alunos também têm acesso ao Serviço de Atendimento Educacional Especializado bilíngue, cujo atendimento é todo em Libras. Os professores Mário Sobrino, que inclusive também é surdo, e a Maria José, ouvinte, realizam as atividades. Tem também o Atendimento Educacional Especializado, que é direcionado para pessoas surdas e pessoas com outras deficiências, além da auditiva.
Nas unidades escolares, os professores utilizam jogos, dinâmicas seguras pedagógicas, brincadeiras, uso de figuras, todo o aparato visual de acordo com os componentes curriculares de cada série.
“Nas salas de atendimento, os professores usam muito a parte visual. Nas salas de aula, cada professor tem a sua forma de metodologia e o intérprete vai tentando ser o mais habitual para compreender e passar esse aprendizagem para o aluno”, concluiu a professora.