A hanseníase é um sério problema de saúde pública. A prevenção, diagnóstico e tratamento precoce são ações prioritárias para o controle e cura da doença. Para discutir o assunto, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) promove na quarta-feira (7) o fórum científico de hanseníase, a partir das 8h30, no hotel Matsubara. A iniciativa será destinada aos profissionais que atuam na atenção básica e unidades de referência regional e estadual.
O Fórum contará com a participação da coordenadora do Programa Nacional de Controle da Hanseníase do Ministério da Saúde, Maria Aparecida Grossi, e dos pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Maria Eugênia Novisk Gallo e Adalberto Rezende, que irão apresentar o projeto Multicêntrico de Farmacogenética em Hanseníase.
Dados parciais da Coordenação Estadual do Programa de Vigilância e Controle da Hanseníase apontam que, em 2009, foram detectados 364 casos novos de hanseníase em Alagoas, com um coeficiente de detecção de 11,53 para cada 100 mil habitantes. A taxa de incidência é considerada alta pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No período de 2001 a 2008, foram diagnosticados 3.432 casos novos, com uma média de 400 a cada ano.
Segundo a coordenadora estadual do Programa de Vigilância e Controle de Hanseníase, Clódis Tavares, o Estado promoveu, durante todo o ano passado, capacitações de médicos, enfermeiros, odontólogos, farmacêuticos e bioquímicos da atenção básica visando atualizá-los para a busca ativa de pessoas que apresentam sinais e sintomas.
“Outra ação importante desenvolvida pelo Estado foi a parceria com a empresa Novartis, que forneceu uma carreta ao Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) para a promoção do projeto Caminhão da Saúde, que já percorreu dez municípios levando orientações educativas e exames. Em nove desses municípios foram confirmados 60 casos de hanseníase”, informou.
Ela explicou que em Alagoas existem 12 municípios prioritários para o combate à hanseníase, por concentrarem cerca de 80% dos casos. “No ano passado, 50% dos municípios não apresentaram casos da doença, mas esse dado pode representar uma endemia oculta, ou seja, os casos podem não estar sendo notificados. Os treinamentos estão chamando a atenção dos profissionais e gestores para a necessidade e importância do registro de casos”, alertou.
Transmissão — A hanseníase é uma doença infecciosa que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo, pode variar de dois a até mais de dez anos. A doença pode causar deformidades físicas, evitadas quando o diagnóstico é feito no início da doença e o tratamento é imediato.
A transmissão se dá entre pessoas. Um paciente que apresenta a forma infectante da doença, estando sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim transmiti-lo para outras pessoas suscetíveis. O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas adoecem, porque a maioria tem capacidade de se defender contra o bacilo.