O Brasil celebra 88 anos da Conquista do Voto Feminino. Para valorizar essa conquista, a Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres da Secretaria de Estado da Inclusão Social (SEIAS) destaca dados que mostram que mulheres são maioria no eleitorado sergipano e brasileiro, e defende o fortalecimento da luta por representatividade nos espaços de poder.
Em Sergipe, as mulheres representam 53,11% do eleitorado, totalizando um quantitativo de 860.677 eleitoras, segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/SE). Em âmbito nacional não é diferente. Ainda de acordo com o TRE, o gênero feminino também representa a maioria do eleitorado brasileiro (52,49%), somando quase 78 milhões de eleitoras em todo o país.
Ter a maioria do eleitorado sergipano e brasileiro composta pelo gênero feminino representa uma vitória para as mulheres do Brasil que, até 1934, não tinham o direito de expressar o seu voto, segundo avalia a analista judiciária Luciana de Moraes Tavares, chefe de Cartório da 2ª Zona Eleitoral de Sergipe – a maior do Estado, com quase 166.000 eleitores.
“A garantia concedida às mulheres nos insere nas discussões dos quadros políticos brasileiros, ainda que de forma tímida, e traz a possibilidade de exercer o direito de votar e ser votada. Isso é um marco extraordinário. O direito ao voto é inerente à democracia e não há como falar em democracia sem a devida vinculação ao Princípio Fundamental da Igualdade”, disse a chefe de Cartório da 2ª Zona Eleitoral de Sergipe.
Mulheres nos espaços de poder
Se por um lado, as mulheres são maioria no eleitorado, por outro, ainda têm dificuldades para ocupar os espaços de poder, especialmente mulheres negras e indígenas. Em Sergipe, dos 11 representantes federais (três senadores e oito deputados), apenas uma é mulher [branca]. Já no Brasil, o Congresso Nacional – Câmara e Senado – apresenta, entre os 594 congressistas, apenas 89 mulheres (menos de 15% do total), das quais 14 são negras e apenas uma é indígena. Os dados são do Congresso em Foco.
Analisando esses dados, a coordenadora estadual de Políticas para as Mulheres da SEIAS, Erika Leite Santana, reafirma que quando mulheres votam em mulheres ajudam na luta pela paridade política. “Infelizmente, a baixa representatividade das mulheres na política ainda é muito grande no Brasil. Trazer esse debate é provocar, principalmente as mulheres, sobre a importância do voto e da escolha, por nós mesmas, de outras mulheres para ocupar esses espaços, não só no mundo político, mas nos espaços de gestão”, finaliza Erika.