Cerca de dois mil professores da rede estadual de ensino público de Alagoas receberão, ainda este ano, orientações sobre saúde vocal dentro do Projeto “Voz que Ensina”. A meta foi revelada nesta sexta-feira (6) pela fonoaudióloga Rayné Melo, coordenadora do projeto. Segundo ela, esta será a segunda etapa da ação, que começou em 2014 com a formação de elos multiplicadores. Na ocasião, mais de 200 educadores receberam treinamento para repassar aos colegas os cuidados básicos que se deve ter com a voz.
Ainda de acordo com Rayné, o projeto “Voz que Ensina” foi desenvolvido pela Secretaria de Estado da Educação de Alagoas (SEE), por meio do Núcleo de Qualidade de Vida dos Servidores (Nuqav), em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde, através do Centro de Referência Estadual em Saúde do Trabalhador (Cerest/AL). “O objetivo do projeto é debater os problemas de saúde vocal e conscientizar os professores da importância de cuidar da voz”, ressaltou a coordenadora.
Os trabalhos de 2015 começaram com a capacitação de professores e diretores de escola da região do Sertão. Na última quinta-feira (dia 5), cerca de 50 educadores receberam as primeiras orientações sobre o projeto no auditório da Escola Estadual Maria de Lourdes, em Batalha. “Nosso objetivo é dar continuidade a essa formação até o final do ano, passando por todas as regiões do estado, em um trabalho de conscientização dos educadores quanto aos cuidados com a voz”, disse a fonoaudióloga.
Aprendizado
Durante a palestra em Batalha, foram distribuídos materiais informativos e garrafas d'água aos participantes da formação. Na cartilha do Cerest/AL, há informações direcionadas aos profissionais que têm a voz como instrumento de trabalho. Segundo Rayné Melo, esse material pode ser trabalhado com vários profissionais, mas é direcionado, nesse momento, aos professores do ensino público e diretores de escolas.
Na cartilha há dados sobre disfonia, termo que define as dificuldades e as alterações sofridas pela voz, a exemplo da falta de emissão vocal, da rouquidão e dos pigarros. “São problemas que podem ser ocasionados por uma disfunção, o abuso vocal ou uso incorreto da voz”, detalhou a fonoaudióloga. Ela explica que muitos trabalhadores são afastados do trabalho por problemas nas cordas vocais. “Por isso, estamos dando prosseguimento a este projeto, já que há uma carência muito grande de informações corretas sobre o assunto”, complementou.
Para Kátia Pires, diretora-adjunta da Escola Maria de Lourdes, a palestra sobre saúde vocal foi muito proveitosa e reveladora. “A gente pensa que sabe cuidar da voz, mas quando participa de uma palestra como esta, proferida pela fonoaudióloga, é que percebemos que ainda temos muito para aprender”, comentou a professora. “Agora, depois dessa palestra, eu já posso dizer que sei o que faz bem e o que faz mal à voz”, acrescentou Kátia Regina, que é professora de Língua Portuguesa.
O professor Eraldo Santos de Melo, diretor-geral da Escola Estadual Sampaio Dórea, em Belo Monte, também participou da formação em Batalha. Para ele, as informações foram muito importantes, já que muitos colegas reclamam de problemas com a voz, ou pela falta dela. “Uma palestra como essa ajuda muito quem lida com a voz no dia a dia, já que derruba alguns mitos e orienta corretamente os cuidados que devemos ter com o nosso principal instrumento de trabalho”, destacou.
Dicas
Entre os produtos que devem ser evitados, para não prejudicar a voz, estão o leite e seus derivados; os alimentos condimentados e gordurosos; café e refrigerantes. Entre os alimentos que ajudam a apresentar uma boa voz estão os sucos cítricos, frutas duras (tipo maçã), líquidos quentes (alguns tipos de chá) e mel. “Água também é muito boa para a voz, mas, de preferência, em estado natural ou fria”, orientou Rayné Melo, acrescentando que a água muito gelada não é recomendada.
