Os professores da rede estadual de Sergipe, reunidos em assembleia nesta terça-feira, 17, no Instituto Histórico e Geográfico, decidiram por unanimidade entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, dia 23.
Após três rodadas de negociações, sendo uma no Palácio de Despachos e duas na sede do sindicato o governo apresentou as seguintes propostas:
· Reajuste do piso para o nível médio e 5,7% de reajuste para os demais níveis da carreira com envio de projeto para a Assembleia Legislativa de exclusão do nível médio na carreira;
· Revisão do piso para todos os níveis e exclusão do nível médio na carreira do magistério para 2012
· Revisão do piso para o nível médio e em 90 dias o governo avaliaria se poderia dar o reajuste do piso para os demais níveis na carreira.
As três propostas foram rejeitadas por unanimidade pela categoria. “O governo condiciona a revisão do piso a destruição de nossa carreira e isso nós não vamos aceitar”, disse a presidenta do SINTESE, Ângela Maria de Melo.
Para o sindicato as propostas do governo vão de encontro a lei do piso, que com a decisão do STF sacramentou que piso salarial é no vencimento sem alteração de carreira. “A lei é clara, alteração de carreira só na implantação do piso e isso foi feito em 2009, agora é revisão e é isso que os professores querem”, disse o diretor de Comunicação, Joel Almeida.
Justiça
Outra deliberação da categoria foi que na quinta-feira, 19, às 8h o SINTESE entrará com uma ação judicial contra o governo do Estado pelo descumprimento da lei do piso. “O governo de Sergipe descumpre a lei claramente e nós vamos acionar a justiça para que nosso direito seja garantido”, disse Lúcia Barroso, vice-presidente do SINTESE.
Assembleia
No primeiro dia de greve os educadores realizam assembleia às 15h no Instituto Histórico e Geográfico para encaminhamentos de luta.
Há dinheiro
A justificativa do governo para as propostas é a falta de recursos para o pagamento do piso, mas o sindicato rebate. “Na primeira audiência o governador nos disse que não tinha dinheiro, mas agora nos propôs pagar o reajuste, mas tendo consequência a exclusão do nível médio na carreira, ou seja, o problema não é dinheiro” , disse Joel.
Reestruturação
Na audiência ocorrida no dia 16, a presidenta do SINTESE disse que além das questões financeiras era preciso que o governo fizesse na Secretaria de Estado da Educação uma reestruturação administrativa e também pedagógica, nesse tocante para reverter o quadro de queda de matrícula que assola a rede estadual de ensino.