O Programa de Atenção à Saúde do Idoso de Maceió realizou, na manhã desta quarta-feira (8), no auditório da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), uma capacitação para profissionais das unidades de saúde e representantes dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) da capital. A oficina teve o objetivo de trazer o combate à violência contra a pessoa idosa e direcionar os profissionais a notificarem os casos ocorridos.
A coordenadora do Programa de Atenção à Saúde do Idoso, Denyse Maia, pontua que a oficina é um espaço para os profissionais de saúde aprimorarem os conhecimentos sobre a violência contra a pessoa idosa.
“É um tema que nós não gostaríamos de trazer, mas infelizmente precisa ser discutido porque a violência contra a pessoa idosa acontece cotidianamente. Por isso, a capacitação vem trazer aos profissionais de saúde uma preparação para que possam saber lidar, da melhor forma possível, com casos que envolvam algum tipo de violência direcionada a este público”, afirma Denyse.
A primeira parte da oficina foi conduzida por Jonorete de Carvalho, secretária executiva do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa (CMDPI). Ela abordou o conceito e os tipos de violência que podem existir contra a pessoa idosa (física, sexual, psicológica, moral e patrimonial), além de apresentar a atuação da rede de apoio às pessoas idosas vítimas de violência, a exemplo do próprio CMDPI, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Ministério Público e a Delegacia Especializada de Crime contra o Idoso.
“A sociedade é violenta em sua essência, e manifesta-se através da exploração, opressão, desigualdade social e distribuição da riqueza socialmente produzida. Infelizmente, as pessoas idosas sofrem violência, muitas são abandonadas e negligenciadas. Seus agressores, muitas vezes, estão na própria família. Mas eles não estão sozinhos, existe toda uma rede de proteção disponível para cuidar e garantir a defesa e os direitos desse idoso”, explica Joronete.
Em seguida, durante a exposição, a técnica da Gerência de Vigilância das Doenças e Agravos Transmissíveis e Não Transmissíveis da SMS, Rozali Costa, destacou a importância dos profissionais realizarem a notificação dos casos de violência contra a pessoa idosa.
“Todo profissional de saúde deve fazer essa notificação quando estiver em atendimento e identificar um caso suspeito ou confirmado. Sabemos que ainda há a subnotificação feita pelos profissionais, na qual é realizado o acolhimento e o encaminhamento da pessoa vítima de violência, mas esquecem de fazer a notificação. A notificação registrada em sistema é importante porque constrói um perfil dessa pessoa que está sofrendo algum tipo de violência e, com isso, viabiliza um trabalho específico para aquele grupo vulnerável, como a criação de políticas públicas. É importante frisar que a notificação de violência não é uma denúncia, ela é uma comunicação do ‘setor Saúde’ dos casos de violência que estão ocorrendo entre os variados públicos”, destaca Rozali.