
Luciana Buarque destaca a importância do tratamento e prevenção da hanseníase para evitar o desenvolvimento de algum tipo de deficiência para o pacien
Para debater a importância da interdisciplinaridade no tratamento da hanseníase, com o intuito de evitar que as vítimas venham a desenvolver algum tipo de deficiência física em decorrência da doença, a Gerência do Programa de Atenção à Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), promove nesta terça-feira (22), o Seminário de Interdisciplinaridade em Prevenção de Incapacidades de Hanseníase.
O evento será no Hotel Matsubara, a partir das 8h30, e é destinado aos coordenadores de Atenção Básica dos 102 municípios alagoanos e aos integrantes das equipes do Serviço de Reabilitação dos Portadores de Necessidades Especiais (PNE’s).
O objetivo é capacitar os profissionais que atendem possíveis vítimas de hanseníase a diagnosticar a doença e realizar o tratamento adequado. Isso porque, grande parte dos clínicos gerais, dermatologistas, oftalmologistas, neurologistas, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais desconhecem quais são os sintomas e como deve ocorrer o acompanhamento dos pacientes para evitar o desencadeamento de sequelas, muitas vezes, irreversíveis.
Durante o seminário, serão proferidas palestras sobre a situação da hanseníase diante da Portaria 125/09, a Integração da Rede de Reabilitação dos Deficientes com os Serviços de Atenção a Hanseníase, alem da situação epidemiológica da hanseníase em Alagoas.
Também será debatida a representação social da hanseníase, como diagnosticar e tratar a doença, além de como prevenir as incapacidades que doença pode causar em suas vitimas.
“Diante do alto índice de alagoanos que contraíram a hanseníase e que não houve o diagnóstico eficiente, além de um tratamento adequado, o percentual de portadores de deficiência cresceu vertiginosamente. Por isso, temos que capacitar os profissionais dos serviços de reabilitação e os coordenadores da Atenção Básica, pois se ela não for diagnosticada previamente e tratada forma adequada, o paciente poderá desenvolver algum tipo de deficiência”, orientou a coordenadora do Prodefal, Luciana Buarque.
Hanseníase – Também conhecida como Lepra, ela é uma doença infecciosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, que afeta os nervos e a pele, provocando danos severos, que podem levar ao desencadeamento de deficiências físicas e motoras.
O Brasil inclui-se entre os países de alta endemicidade de Hanseníase no mundo, por apresentar um coeficiente de prevalência superior a um caso por mil habitantes, segundo o Ministério da Saúde. Em Alagoas, no período de 2001 a 2008, foram diagnosticados 3.432 casos novos, com uma media de 400 casos novos a cada ano.
A hanseníase é transmitida por gotículas de bacilo e a contaminação ocorre por via respiratória, pelas secreções nasais ou pela saliva. O tempo de incubação após a infecção é longo, de 2 a 20 anos e um dos primeiros efeitos da doença, devido ao acometimento dos nervos, é a supressão da sensação térmica, ou seja, a incapacidade de diferenciar entre o frio e o quente no local afetado.