O Ministério da Saúde e o governo do Estado de São Paulo firmaram nesta terça-feira (20) acordo para estimular a produção nacional de produtos biológicos, como vacinas, soros e hemoderivados, pelo Instituto Butantan. A parceria foi definida em visita do ministro Alexandre Padilha ao laboratório público paulista.
O investimento do ministério será inicialmente de R$ 20 milhões no aprimoramento da produção do laboratório, com destaque para as vacinas contra difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. O estado dará contrapartida de outros R$ 20 milhões. Os recursos, que serão aplicados ao longo de 2012, são quase cinco vezes maiores que o investimento federal médio anual feito no Butantan ao longo dos últimos oito anos.
Também foi firmado acordo de cooperação técnica entre o Butantan e a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), que trabalharão em parceria para aprimorar a produção de derivados do sangue no país. A Hemobrás focará no atendimento em larga escala do mercado nacional, enquanto o Butantan apoiará o desenvolvimento de tecnologias para os hemoderivados.
A Hemobrás comprometeu-se também a fornecer ao Butantan os lotes pilotos de plasma que o laboratório usará na pesquisa e no desenvolvimento de hemoderivados.
“É bom para o país e para o SUS termos a Hemobrás, que será a maior produtora de homoderivados do Brasil, e o Butantan trabalhando juntos. Esta parceria é um grande passo para tornar o Brasil auto-suficiente em hemoderivados” declarou Padilha.
O Instituto Butantan é uma instituição estratégica para o desenvolvimento de produtos biológicos, pois produz e fornece para a rede pública as vacinas para influenza, difteria e tétano, hepatite B, tríplice DTP (difteria), tétano e pertussis (coqueluche). Neste ano, o laboratório iniciou a produção independente de vacinas da gripe, fornecendo cerca de 3 milhões de doses para a última campanha sazonal do Ministério da Saúde. A previsão é que, a partir de 2012, o Butantan passe a produzir, anualmente, cerca de 20 milhões de doses, o suficiente para suprir as necessidades da campanha sazonal.
OUTRAS PARCERIAS – O Ministério da Saúde tem estabelecido diversas Parcerias para Desenvolvimento Produtivo (PDPs) com laboratórios públicos e privados, com o objetivo de desenvolver o Complexo Industrial da Saúde. Este ano, foram firmadas nove novas parcerias com empresas públicas e privadas, totalizando 28 acordos em andamento para produção nacional de tratamentos de doenças que atingem a população, como Parkinson e artrite reumatóide.
Com todas essas parcerias, 29 produtos de saúde (28 medicamentos e o DIU) passarão a ser fabricados no país. A produção de cinco deles já começou – tenofovir, clozapina, quetiapina, toxina botulínica, e tacrolimo. Os medicamentos envolvem tratamento para DSTs, doenças crônicas não transmissíveis, doenças degenerativas, doença de Crohn, antipsicóticos, hemofilia e tuberculose. Estão envolvidos 31 laboratórios, sendo 10 públicos e 21 privados, nacionais e estrangeiros.
As parcerias vão gerar uma economia estimada de R$ 400 milhões por ano. Este valor, somado à redução de custos gerada por inovação tecnológica e melhor gestão de recursos em vacinas, negociações e centralização de compras, leva a uma redução de gastos equivalente a R$ 1,7 bilhão por ano no orçamento do Ministério da Saúde.