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Alagoas

Saúde discute ações para reduzir transmissão de Aids da mãe para o bebê

Representante da Saúde alerta para necessidade de Estado e municípios trabalharem em conjunto

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realizou, nesta terça-feira (11), uma reunião com objetivo de reduzir a transmissão vertical do HIV (da gestante para o recém-nascido). Em Alagoas, o primeiro caso de Aids em criança foi notificado em 1991 e, até dezembro de 2012, foram notificados 126 casos em menores de 13 anos, correspondendo a 2,9% do total dos casos de Aids no Estado.

A taxa de detecção de Aids em crianças é crescente no Estado e no ano de 2012 atingiu a 1,1 por 100 mil crianças menores de 13 anos, quando o Ministério da Saúde preconiza de 0,5 por 100 mil. A reunião foi destinada aos médicos obstetras, enfermeiros e gestores de maternidades que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Maceió e nos municípios de Santana do Ipanema, Arapiraca e Penedo.

De acordo com a gerente do Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, Mona Lisa dos Santos, é necessário que Estado e municípios trabalhem em conjunto. Com isso, é construída uma linha de cuidados que compreende as Unidades Básicas de Saúde, Serviços de Referência e Maternidades, visando garantir a prevenção e o seguimento das crianças expostas ao vírus.

“O monitoramento contínuo dos bancos de dados, reuniões sistemáticas com os gestores das unidades, a busca ativa das crianças expostas, além da ampliação da oferta da fórmula láctea são medidas importantes para a redução de casos de transmissão vertical de HIV/Aids”, destacou a gerente. Mona Lisa ressaltou, ainda, que as ações vão atingir todas as oito maternidades conveniadas ao SUS em Maceió, além de maternidades referenciais em Santana do Ipanema, Arapiraca e Penedo.

A gerente da Sesau informou também que as ações propostas abrangem os cuidados com a parturiente e o recém-nascido, desde a gestação dessa mãe, pré-parto, parto e o manejo do recém-nascido exposto, como a administração do AZT e a Nevirapina, além da exclusão da amamentação. Esses cuidados são fundamentais para contribuir para a redução de 25% para menos de 1% de chances do bebê contrair o vírus da mãe.

Dados

Com o aumento do número de casos de Aids nos últimos anos, houve uma maior preocupação com as mulheres que passaram a ser infectadas, visto que, atualmente, para dois homens infectados há uma mulher. De acordo com dados do setor de DSTs/ Aids da Sesau de 2007 a 2013 foram registrados 545 casos de crianças expostas ao vírus HIV em Alagoas, sendo 93 apenas no último ano.

Mona Lisa destacou a gravidade da exposição do recém-nascido ao vírus, pois dos casos de crianças expostas ao HIV, 21 já foram confirmados como caso de Aids e na sua grande maioria, o diagnóstico ocorreu apenas 3 anos após sua data de nascimento. “O compromisso da gestação estadual é garantir uma assistência integral a parturiente HIV positivo e sua criança exposta tornando o atendimento humanizado, embasado na ética e no compromisso com a vida das crianças alagoanas”.