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Sergipe

Saúde da capital sergipana inicia ‘Projeto Viva Inquérito 2014’

A Saúde de Aracaju, através do Núcleo de Prevenção de Violências e Acidentes (Nupeva), iniciou nesta segunda-feira, 27, a pesquisa de Vigilância de Violências e Acidentes intitulada “Viva Inquérito 2014”, que é baseada em coleta de dados por meio de entrevistas com os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A pesquisa acontecerá até o dia 25 de novembro na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Nestor Piva e no Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE). O objetivo é entrevistar cerca de duas mil pessoas para analisar a tendência das violências e acidentes, além de descrever o perfil das ocorrências.

A ação, que está na sua 5ª edição, tem o apoio do Ministério da Saúde e vem sendo realizada em 27 capitais e no Distrito Federal. O último Viva Inquérito ocorreu em 2011 e conseguiu reunir 2050 entrevistas em Aracaju. Esse ano, o estudo será durante um mês em dois plantões diários, das 7h às 19 e das 19h às 7h, sendo 19 plantões na UPA Nestor Piva e mais 19 no Huse. Estes locais foram escolhidos por causa do grande número de ocorrências de violências e acidentes.

De acordo com a coordenadora do “Viva Inquérito 2014” de Aracaju, Lidiane Gonçalves, essa pesquisa servirá para traçar o perfil epidemiológico das vítimas atendidas nas Unidades de urgência e emergência, além de descrever o perfil do agressor. “Como a violência é considerada a terceira maior causa de mortalidade no país, é necessário fazermos esse levantamento, que é realizado a cada três anos. Além de conhecermos o perfil e a idade das pessoas violentadas, vamos saber os principais tipos de acidentes, se é uma queda, queimadura, acidentes no trânsito, e se o acidente está associado ao uso do álcool. A partir dessa pesquisa é possível saber como atuar com políticas públicas e de prevenção para reduzir os índices de violências e acidentes”, explica.

Lidiane ainda afirma que após a entrevista, os dados serão enviados ao Ministério da Saúde para análise. “Com esse boletim vamos saber exatamente como atuar, por meio de uma vigilância e monitoramento desses casos através de um boletim epidemiológico. Vamos saber os locais onde mais acontecem as violências, que geralmente é dentro do próprio ambiente familiar. Lembrando que, tanto o nome do profissional como do próprio paciente, não precisam ser revelados durante a entrevista”, diz.

Viva Contínuo

Uma das estratégias preventivas da Saúde de Aracaju é capacitar e sensibilizar os profissionais para suspeitar os casos de violência e também para saber como fazer a notificação. Segundo Lidiane, além do Viva Inquérito, existe outro programa que visa reduzir a violência. “O Viva Contínuo, que é feito pelos profissionais da saúde nas redes de urgência e emergência, serve para notificar os casos de suspeita ou confirmação de violência. Em Aracaju, foram detectados que 80% dos casos de violência são contra crianças e adolescentes, principalmente de casos de violência sexual. É um índice assustador, mas ainda silencioso, pois muitos têm receio de confessar que foram vítimas de violência. Precisamos conscientizar as pessoas a perderem o medo e denunciar o agressor”, destaca Lidiane Gonçalves.

Blitz Educativa

Em parceria com a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), a Saúde de Aracaju ainda faz sensibilização dos condutores, através de Blitz Educativa. O objetivo é mostrar os riscos de acidentes e reduzir os índices de acidentes no trânsito. A coordenadora do “Viva Inquérito” destaca que essa ação é importante, pois o índice ainda é alto. “No último Viva Inquérito, Aracaju foi considerada a segunda capital com maior índice de acidente de transportes relacionado ao uso do álcool e por isso sempre fazemos ações de prevenção para conscientizar os condutores da capital”, finaliza a coordenadora.