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Maceió

Santa Casa de Maceió usa tecnologia 3D para tratar câncer

A radioterapia tem sido empregada no tratamento do câncer há mais de 100 anos, mas foi somente na última década que a especialidade vivenciou um impressionante salto tecnológico.

Com a evolução da informática, dos softwares e o aprimoramento dos novos Aceleradores Lineares, a radioterapia passou a obter melhores resultados no tratamento do câncer.

Este avanço foi acompanhado pela Santa Casa de Maceió no uso da moderna técnica conhecida como radioterapia conformacional tridimensional. Ela permite que o feixe de raios produzido por um acelerador linear atinja o formato exato do volume tumoral e na dosagem correta.

“Com a radioterapia 3D conformacional é possível visualizar e delinear as estruturas a serem tratadas, os órgãos a serem protegidos e definir geometrias de planos para maximizar a dose da radiação na área tumoral, preservando os órgãos, tecidos e ossos próximos do tumor. Além disso, permite prever e evitar os efeitos colaterais do tratamento”, explicou Marcos Davi Melo, oncologista e gestor do Instituto de Radioterapia, unidade da Santa Casa de Maceió que recebeu investimentos e realiza atualmente cerca de 90 tratamentos tridimensionais por dia.

A radioterapia deixou de ver o tumor na perspectiva bidimensional (2D) e passou a tratá-lo em três dimensões (3D). “A radioterapia conformacional ganhou esse nome porque ela se adequa a cada tumor e às características orgânicas do paciente”, explicou o físico médico Alexandre Parísio.

Na técnica 3D se define exatamente a área do tumor e os campos de tratamento, distribuindo-se a radiação ionizante por ângulos diferentes. Como um dos principais focos da técnica é a delimitação do tumor, nos casos em que ocorre metástase a radioterapia conformacional pode não ser a mais recomendada. Mas, ainda assim, a indicação depende de cada caso.

“Cada órgão ou tecido do corpo humano possui uma tolerância à radiação. Daí a importância da radioterapia conformacional que, por meio de um criterioso planejamento, trabalha para que apenas o tumor sinta os efeitos do tratamento”, acrescentou o físico médico Joaquim Ferro.