A equipe do Serviço de Ginecologia da Santa Casa de Maceió alcançou a marca simbólica de 1000 vídeohisteroscopias. A técnica é utilizada em procedimentos de diagnóstico e em cirurgias intra-uterinas não-invasivas visando investigar o interior do útero (cavidade uterina).
“A vídeohisteroscopia permite a avaliação de patologias que envolvam infertilidade, abortos, sangramento uterino anormal, pólipos, miomas, aderências e espessamento do endométrio”, explicou o ginecologista Fábio Castanheira.
Realizada em hospitais, o procedimento requer anestesia da cintura para baixo. “Não se faz cortes, não se dá pontos e a paciente tem alta hospitalar poucas horas após a intervenção, podendo retornar às atividades cotidianas em 24 horas”, acrescentou Castanheira.
Conforme destaca o médico Ronaldo Bernardo, um dos primeiros a usar esta tecnologia na Santa Casa de Maceió, a instituição pode realizar até cinco procedimentos cirúrgicos e de diagnóstico simultaneamente.
Ao lado dos especialistas e pioneiros Fábio Castanheira e Ronaldo Gomes Bernardo, realizam a vídeohisteroscopia na Santa Casa de Maceió os médicos Lizarda Maria de Carvalho, Vanessa Karla Cavalcante, Antonio Carlos e Felipe Albuqueque entre outros.
O exame
Durante o exame para diagnósticos é introduzida pela vagina, no canal do útero, uma fina ótica (fibra ótica) que, acoplada a um sistema de vídeo, fonte de luz e um expansor com gás, permite a visualização do canal cervical, cavidade uterina, orifícios tubareos e as patologias desses locais.
Já a vídeohisteroscopia cirúrgica retira os miomas, pólipos, trata as hemorragias e retira as aderências.
História
A Histeroscopia é uma técnica endoscópica bastante antiga praticada há 100 anos por Pantaleoni, que introduziu na cavidade uterina um aparelho tubular de 12mm de diâmetro. Para tanto, utilizou luz de vela para iluminar a cavidade, colocando-a sob um espelho côncavo.
No século atual a primeira histeroscopia com aparelho munido de lente surgiu com David na França em 1908 utilizando um citoscópio de Nitze, para observar a cavidade uterina.
A nova era da histeroscopia surgiu em 1968 com o alemão Menken, que conseguiu obter ótimas imagens histeroscópicas injetando líquidos de alto peso molecular na cavidade uterina.
A histeroscopia dos dias atuais deve-se bastante aos médicos Lindeman, na Alemanha, e Porto, na França. Em 1971, idealizaram o insuflador de CO2 computadorizado. Com o passar dos anos , as lentes endoscópicas tornaram-se cada vez mais delgadas e com alta luminosidade, possibilitando melhor qualidade de imagens.
Com o avanço da tecnologia de monitores de tvs e microcâmaras, os exames de histeroscopia puderam ser visualizados, gravados em fitas de videos, dando surgimento à vídeohisteroscopia.