Alguma cigana teria sido capaz de prever que fossemos premiados com a oportuna renúncia do Alexandre que, pretendendo galgar horizonte mais alto poderá se transformar num autêntico Ícaro a despencar das alturas em queda fatal às suas pretensões políticas? A vaidade costuma derreter as asas de muitos aventureiros, especialmente daqueles querem alçar vôo além da sua capacidade. Acontece que a sua ascensão ou queda, que em queda livre já se encontrava, fica no campo das especulações. O que importa é que Penedo, torturada pelo desamor e profundo estado de anemia, pode começar a acalentar a esperança de receber uma saudável e estimulante transfusão de sangue.
Sempre defendemos o surgimento contínuo de novas lideranças políticas, dinâmica necessária para arejar e servir de assepsia ao corpo viciado, decrescente vitalidade, necrosado e corrompido pelo tempo que tudo acomoda. Esse fluxo nada mais é do que estar em sintonia com a lei natural do movimento. Renovar, portanto, é uma característica da vida embora nem sempre, temos de convir, toda mudança aconteça para melhor. Ocorre que quando o presente não nos convence e muito menos nos satisfaz, vale a pena avivar a chama da esperança às nossas melhores expectativas.
Pelo que sentimos, vemos e ouvimos, Penedo, no tocante às suas finanças, encontra-se na UTI. Comenta-se a respeito de uma dívida expressiva em alguns milhões de reais. Não sabemos a causa ou causas, sendo o déficit orçamentário, sem dúvida, uma delas. Uma prova dessa grave adversidade está no desagradável corte das gratificações e horas extras. Sem falar no comércio local, seguramente com créditos dependurados, existe a visão incômoda das ruas esburacadas pela chuva ou para reparos no sistema de água e esgoto, eternizados no tempo para serem reparadas.
Esse caos financeiro não teria pesado de forma definitiva na sua decisão de abandonar o barco, temendo o seu afundamento ? Assim, se comportam, dizem, os ratos de navio. Suas justificativas, que parecem emoldurar um belo quadro de disciplina partidária, não convencem.
Ninguém, em sã consciência, no início de um mandato, renuncia-o após enfrentar encarniçada luta para conquistá-lo. Como nos convencer que o que era tão atraente perca, num curtíssimo prazo, o seu atrativo? Ninguém abandona uma viúva endinheirada, a não ser que tenha mergulhado em insolvência. Acho que foi exatamente o que aconteceu. O que foi feito das juras de amor por Penedo, do amor puro e desinteressado? Persistentes no otimismo, aguardamos a vinda do verdadeiro romântico que venha acolhe-la, por fim aos seus lamentos e, com afagos e carinho, venha compensá-la de seus suplícios. Teria sido difícil ao Alexandre, convidado pelo governador, convencê-lo de que seu compromisso com Penedo era inarredável? Não teria sido, creio. Por outro lado, o PSDB é um partido tão carente de puro sangue, aponto de recomendar a renúncia de um prefeito no início do mandato? E o respeito ao eleitor, como fica ? Dúvidas e desconfiança pairam no ar. Sua renuncia, em ultima análise, foi uma decisão há muito planejada,num momento estrategicamente correto. O futuro, certamente nos esclarecerá.
Não existem problemas sem solução. Administrar com suficiência de recursos, até os medíocres podem se sair muito bem. Somente na adversidade, se tiver a sorte de ser inspirado pela criatividade, poderá sobressair-se e adquirir, com louvor, o galardão de exímio administrador. Mexer com o interesse do próximo é a mais difícil, delicada e dolorosa decisão. No entanto, se a mesma deve ser tomada como objetivo saneador ,faça o mais rápido possível e deixe que o tempo cicatrize as feridas.
Os engenheiros são considerados bons gestores. O mundo, por sua vez, apóia-se nos ombros da engenharia através da aplicação de inúmeras tecnologias, nos diversos campos de sua atuação.
Avante, engenheiro Israel Saldanha, faça parte da regra dos bons administradores. O desafio está lançado. Se assim despontar, como esperamos, estará começando a pavimentar a sua carreira política. Sedimente-a com independência, sem duplicidade de mando para que não fiquemos em dúvida de quem ordena e dirige os destinos de Penedo. Trocar idéias e pedir conselhos é uma virtude imprescindível. Inconcebível é que venha a se transformar numa marionete, que seria a visão antecipada do desastre e perda total da expectativa acalentada por todos nós penedenses.
Apele aos céus, religioso que o é, para que o ilumine e possa tirar Penedo do atoleiro e aponte-lhe o caminho para o reencontro com o desenvolvimento que todos desejamos
Boa Sorte!!