×

Sergipe

Samu: população pode colaborar na agilidade do serviço

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe) tem como objetivo prestar socorro pré-hospitalar à população em casos de urgência e emergência, através da Política Nacional de Atenção às Urgências.

“Ao ligar gratuitamente para o 192, o cidadão é atendido pelo Técnico Auxiliar de Regulação Médica (TARM) que, após identificar o tipo de ocorrência e obter alguns dados como nome, endereço e ponto de referência, encaminha a ligação ao médico regulador que faz as primeiras orientações e determina o envio de uma Unidade de Suporte Básico (USB) ou uma Unidade de Suporte Avançado (USA) ao local solicitado, quando necessário e a depender da complexidade de cada caso”, explica Silas Lawley, superintendente do Samu.

A própria população também pode ajudar com o êxito do serviço. O coordenador do Núcleo de Educação Permanente (NEP) do Samu 192 Sergipe, Ronei Barbosa, explica que, medidas simples contribuem bastante na expectativa de vida do paciente que necessita do atendimento do Samu. Um deles é o fator trânsito.

“O simples ato de dar a preferência aos condutores do Samu em vias públicas já ajuda no tempo resposta das viaturas para chegar ao local da ocorrência. Assim que o motorista perceber a presença de uma ambulância com o sinalizador ligado, é preciso que, conscientemente, abra o caminho. Isso também é cidadania”, orienta.

O Código de Trânsito Brasileiro, no artigo 189, destaca que “deixar de dar passagem aos veículos precedidos de batedores, de socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de operação e fiscalização de trânsito e às ambulâncias, quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentados de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitentes é considerada infração gravíssima, com penalidade de multa”.

“Por isso, todos os condutores são orientados para só acionar a sirene da ambulância durante a operação. Quando um motorista que bloqueia a passagem de veículos de emergência, ele prejudica o atendimento gerando o atraso na chegada à ocorrência”, pontua Ronei Barbosa.

O Samu também tem papel fundamental para garantir a segurança e a assistência da população em festas de grande porte e eventos de massa a exemplo de Pré-Caju, Carnaval, Festejos Juninos e festas nos municípios. Geralmente, viaturas ficam em pontos estratégicos e, a depender do evento,alocadas ao longo do percurso.

“Em eventos de massa, com a presença do grande fluxo de pessoas, há a possibilidade de ter um maior número de ocorrências. O Samu sempre está de prontidão e quando há a montagem do Posto Médico Avançado (PMA), 90% dos pacientes são atendidos e liberados na própria festa, sem necessidade de remoção. O empenho das equipes é de grande resolutividade e apenas 10% dos casos são removidos para hospitais da rede. A população pode também ajudar entrando em contato com o 192 e abrindo a passagem para que as unidades móveis tenham acesso ao local”, comenta Silas Lawley.

Trotes

Não passar trotes também é outro fator que favorece – e muito – na otimização do serviço do Samu. O ato pode ser caracterizado como uma agressão feita por telefone podendo trazer consequências drásticas. Este tem sido um grande problema que prejudica o trabalho de orientação aos pacientes e o atendimento pré-hospitalar realizado pelo Samu 192 Sergipe à comunidade. Para se ter uma ideia, no ano passado foram registradas 184.333 ligações para o serviço. Dessas, mais de 26 mil foram trotes, o que representa um quantitativo de 38%. A maioria deste tipo de ligação foi feita por crianças e adolescentes de telefones públicos (orelhão) e ou telefonia móvel pré-paga, fato que dificulta a identificação e a punição dos causadores.

“O trote é muito mais que uma brincadeira mau gosto, é um desrespeito à vida. Todos devem saber que o trabalho desenvolvido pelos profissionais do Samu é complexo e precisa ser feito no menor tempo possível. Além do desgaste emocional de todos os profissionais envolvidos com a regulação médica, o trote provoca atrasos nos atendimentos reais, o que pode contribuir para o agravamento das vítimas que aguardam por socorro”, enfatiza Ronei Barbosa.

O Samu é um serviço público e passar trote é considerado crime, tendo penalidades variadas de acordo com o dano causado. Segundo o artigo 266 do Código Penal, “interromper ou perturbar o serviço telefônico é crime e o infrator poderá incorrer em pena de detenção de um a seis meses ou multa”.

Atendimentos

No ano de 2013, o Samu 192 Sergipe registrou 184.333 ligações para o serviço e contabilizou 142.685 atendimentos, com 53.010 casos que necessitaram de deslocamento de viatura. Destes foram contabilizados mais de 20 mil atendimentos traumáticos, mais de 27 mil atendimentos clínicos e mais de 3.800 atendimentos ginecológicos e obstétricos como trabalho de parto e aborto espontâneo. Nesse mesmo período, o Samu realizou mais de 18 mil orientações e mais de 6.500 transferências hospitalares.