Profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Alagoas participam do III Congresso Nacional do Samu, que teve início nesta terça-feira (9) e prossegue até quinta-feira (11), em Brasília. O evento, que conta com a presença de 600 profissionais de todo o país, teve a apresentação dos casos exitosos realizados pelo Samu de diversos estados, inclusive de Alagoas.
A abertura do congresso contou com a participação do coordenador de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde, Clésio Melo de Castro, que fez uma apresentação do perfil do Samu em âmbito nacional. Também foi apresentado pelos os coordenadores regionais o planejamento das ações desenvolvidas nos estados das cinco regiões do país.
Na ocasião, o diretor de Atenção Pré-hospitalar da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), Iracildo Camelo, fez uma explanação sobre o tema “Assistência do Samu 192 no Desastre de Alagoas (Enxurradas de Junho de 2010)”.
De acordo com o diretor, um dos serviços que mais foram acionados foi o Aeromédico (UTI Aérea), que, somente na primeira semana da catástrofe, conseguiu salvar 53 pessoas que ficaram totalmente ilhadas devido à situação precária dos municípios – alguns totalmente destruídos.
“A população não tinha nenhuma condição de receber ajuda via terrestre e ficava sem qualquer comunicação, daí a importância do serviço, que foi implantado pelo governador Teotonio Vilela”, ressaltou.
Ele destacou também o esforço de todos os profissionais que fizeram parte da equipe de assistência tanto da Sesau como dos samuzeiros, que não mediram esforços para amenizar o sofrimento da população atingida pela enchente. “Percebemos que não só a população precisava de atendimento médico, mas também psicológico”, afirmou.
Ainda durante a apresentação, foi destacado o esforço do Ministério da Saúde, além de toda a equipe de profissionais da Sesau, comandada pelo secretário Herbert Motta, para amenizar o sofrimento dos desabrigados.
As chuvas afetaram 181.018 pessoas, somando 69 desaparecidos, 37 óbitos, 28 municípios atingidos, 26.218 desabrigados e 47.897 desalojados.
De acordo com o coordenador de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde, Clésio de Castro, o maior desafio que o Ministério da Saúde enfrenta é com relação às diversas catástrofes que estão ocorrendo em todo o território nacional.
“Temos que aprender com os erros e aperfeiçoarmos os acertos. Só assim poderemos melhorar o serviço que é oferecido à população, principalmente porque estamos vivendo em uma época em que o número de catástrofe está aumentando e isso nos faz repensar as nossas ações”, destacou Clésio de Castro, acrescentando que um dos objetivos do Ministério da Saúde é organizar uma Rede de Urgência e Emergência.
Programação – No primeiro dia do congresso, foram discutidos vários temas, dentre eles: Ambulancha e Motolância, eficácia, segurança e agilidade; Classificação de risco: atendimento com prioridade; Trauma: Rede de Atenção Integral ao Trauma; Urgência Cardiovascular: atendimento à maior prevalência de morbi-mortalidade no país.
Também foram debatidos temas sobre Acessibilidade: atenção à pessoa com deficiência; Salvamento e Resgate: o trabalho conjunto no atendimento em locais de difícil acesso; Samu Regional: regionalização e consórcios; UPA 24h e Samu 192: juntos no atendimento às urgências e Preservação da cena e óbito no Atendimento Pré-hospitalar: protocolos, conduta e legislação.
Serviço Neonatal – Nesta quarta-feira (10), a coordenadora do Serviço Neonatal de Alagoas, Marta Celeste Mesquita, irá apresentar mais um caso exitoso de Alagoas com o tema: “Samu Cegonha e Samu Neonatal: ações do Samu no pacto de Redução da Mortalidade Infantil”.