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Negócios/Economia

Saldo comercial registra queda de 40,3% em julho

As exportações brasileiras somaram US$ 17,674 bilhões no mês de julho, com crescimento de 30,7% em relação a igual período do ano passado, mas as importações deram um salto de 51,9% e chegaram a US$ 16,316 bilhões. Por isso, o saldo comercial (exportações menos importações) ficou em US$ 1,358 bilhão no mês, uma queda de 40,3% na comparação com o mês anterior e de 53,4% quando comparado a julho de 2009.

Os números foram divulgados pelo secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ele disse que foi o segundo melhor resultado mensal da corrente de comércio externo para meses de julho, atrás apenas de igual mês de 2008. Antes, portanto, do agravamento da crise financeira internacional, em setembro daquele ano, o que levou o secretário a afirmar que “estamos recuperando o nível pré-crise”.

Isso, em termos de corrente de comércio, porque em relação ao saldo comercial estamos perdendo terreno ano a ano, a ponto de o boletim Focus – resultado de pesquisa feita com uma centena de analistas financeiros na última sexta-feira – divulgado hoje pelo Banco Central (BC), estimar saldo de US$ 15,1 bilhões neste ano. Caso isso se confirme, teremos o menor saldo comercial do governo Lula, quase 40% abaixo do saldo de 2009 e três vezes menor que o saldo recorde de US$ 46,077 bilhões, em 2006.

Barral destacou que as vendas de bens de capital (máquinas e equipamentos) estão muito aquecidas, principalmente para os países da América Latina e do Caribe, que compraram produtos brasileiros no valor de US$ 25,32 bilhões no acumulado do ano. Foi um aumento de 42,2% em relação ao período de janeiro a julho do ano passado, e com isso os países do Continente e do Caribe ampliaram de 21,2% para 23,7% a participação nas nossas exportações.

No acumulado do ano, os três grupos de produtos registraram crescimento em relação a 2009: as vendas dos produtos básicos (petróleo em bruto, minérios, carnes, café em grão) aumentaram 30,3%; os manufaturados (veículos de carga e automóveis, autopeças, óleos combustíveis, açúcar refinado e outros) evoluíram 19,2%; e a maior expansão, de 41,3% como ressaltou Barral, foi para os semimanufaturados (couros e peles, ferros-ligas, produtos de ferro e aço, açúcar em bruto e outros).

Por blocos econômicos, os maiores compradores de produtos brasileiros são a Ásia, com aquisições de US$ 29,667 bilhões, a América Latina e o Caribe (US$ 25,32 bilhões), a União Europeia (US$ 22,91 bilhões, o Oriente Médio (US$ 5,29 bilhões), a África (US$ 4,66 bilhões) e a Europa Oriental (US$ 2,78 bilhões). Por países, nossos maiores compradores continuam sendo a China (US$ 16,72 bilhões), os Estados Unidos (US$ 10,59 bilhões) e a Argentina (US$ 9,43 bilhões).

Quanto às importações, Barral disse que também houve crescimento de todas as categorias de uso, na comparação com janeiro-julho de 2009, com destaque para combustíveis e lubrificantes (64,5%), bens de consumo (49,7%), matérias-primas e intermediários (45,4%) e bens de capital (31,2%). Também cresceram as compras originárias de todos os blocos econômicos. Por países, os maiores fornecedores são os Estados Unidos (US$ 14,7 bilhões), a China (US$ 13,1 bilhões) e a Argentina (US$ 8 bilhões).