O 4º Encontro dos Governadores do Nordeste, ocorrido no Piauí, também trouxe para o debate um problema comum entre os gestores estaduais, previdência social. O assunto é uma das grandes preocupações dos governantes, que mostraram união para enfrentar as dificuldades e encontrar soluções para a atual situação.
Só em Alagoas, o déficit previdenciário chegou a R$ 360 milhões em junho e há uma projeção de que até o final do ano esse valor chegue a R$ 850 milhões, segundo o AL Previdência.
O governador Renan Filho pediu que fosse encaminhado à presidenta Dilma Roussseff o pedido para que ela avalie a medida provisória aprovada pelo Congresso Nacional. A MP permite aos Estados e municípios a utilizarem os recursos dos depósitos judiciais e administrativos para pagar precatórios judiciais, dívida pública, investimentos e despesas previdenciárias.
“É muito importante o uso dos depósitos judiciais para pagar precatórios e financiar os déficits da previdência dos estados. Sugerimos à presidenta uma medida provisória que não hierarquize os gastos porque cada estado tem suas prioridades”, afirmou o chefe do Executivo alagoano.
O ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, reconhece a preocupação dos estados e sabe que o desafio a ser enfrentado é grande. Segundo ele, a previdência social não vai levar os estados à falência mas é motivo de preocupação.
“O sistema de previdência tem consumido cada vez mais recursos o que pode levar a invalidez dos estados pois restringe o poder de investimento”, afirmou Gabas.
Para o ministro, é possível encontrar um novo modelo previdenciário e para isso o diálogo entre os governadores é fundamental: “Este debate mostra que os gestores sabem que é preciso enfrentar os desafios. Estamos em um momento bastante difícil na conjuntura nacional e isso exige paciência e calma”.
Gabas enfatizou e agradeceu a contribuição dos gestores. “Estou convicto de que com a ajuda e dedicação de todos os governadores do Nordeste vamos encontrar soluções que serão capazes de resolver o problema em um curto prazo mas, fundamentalmente, de planejar uma previdência futura que seja capaz de financiar as aposentadorias e pensões de todos os trabalhadores”, frisou o ministro.
