Hoje (19) os moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste vão ter o dia mais longo e ganhar mais tempo para suas atividades. É que acaba o horário de verão e, a partir da meia-noite, os relógios têm que ser atrasados em uma hora.
Para o gaúcho José Fernando Conceição, morador de Porto Alegre (RS), o horário de verão não lhe traz qualquer tipo de problema e “não tem efeitos colaterais”. “O dia fica mais longo, por isso podemos aproveitar melhor. Também o consumo de energia elétrica em casa diminui”. Ele disse ainda que se acostuma facilmente quando tem que aumentar uma hora no relógio, no mês de setembro ou outubro, e não chega a notar diferenças significativas nos seus hábitos.
Mas, o capixaba Énio Borges, de Colatina (ES), pensa diferente. Na sua opinião, “o governo fala em economia de megawatts e de dinheiro, mas o povo não é premiado com nada em consequência disso”. Por isso, questiona “se as vantagens podem realmente ser comprovadas”. E arrisca a dizer que “tudo é enganação e o povo acredita que é bom”. Ênio Borges é aposentado e, para ele, o horário de verão não produz grandes mudanças em sua rotina. “De qualquer forma não altera tanto, [pois continua acordando cedo] da mesma forma que antes”, disse.
A dona de casa Rosimar Ferreira da Silva, de Ceres (GO) gosta do horário de verão. Segundo ela “as pessoas sempre reclamam de qualquer coisa, por isso nada agrada a ninguém”. Reclamar, de acordo com Rosimar, “já é um hábito comum em quase todo mundo”.
A servidora do Ministério da Ciência e Tecnologia, Diane Cristina Parreira Mafra, residente em Brasília, disse que o horário de verão é bom pois “permite que a pessoa saia do trabalho para casa com mais segurança, porque o dia escurece mais tarde”. Dessa forma, é possível depois das 18 horas “até fazer uma caminhada no fim do dia”. Quanto à economia de energia ela não acha que em nível doméstico seja significante.
O horário de verão, que, este ano, começou no dia 17 de outubro, é adotado sempre nesta época do ano por causa do aumento na demanda por energia, resultante do calor e do crescimento da produção industrial por causa do Natal. Neste período, os dias têm maior duração por causa da posição da Terra em relação ao Sol, e a luminosidade natural pode ser mais bem aproveitada.
Ela resultou em uma redução de 4,4% na demanda de energia do horário de pico, nas regiões onde o sistema foi adotado. No ano passado, a diminuição do consumo foi de 4,7%.
Segundo dados preliminares do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a economia da geração térmica evitada com a adoção do horário de verão foi estimada em R$ 30 milhões, o que traz como consequência a redução da tarifa de energia elétrica para o consumidor.
A contração total da demanda de energia no horário de pico foi de 2.376 megawatts, sendo 1.821 megawatts no Subsistema Sudeste/Centro-Oeste e 555 megawatts no Subsistema Sul.
No caso do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, a redução equivale a aproximadamente 60% da carga no horário de ponta da cidade do Rio de Janeiro ou a duas vezes a carga no horário de ponta de Brasília. No Sul, representa 60% da carga no horário de ponta de Curitiba.
O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, avalia que as principais consequências da diminuição de demanda são o aumento da segurança e a queda nos custos de operação do Sistema Interligado Nacional.