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Política

Ronaldo Lessa descarta Pinto de Luna como seu vice

O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) não aceita compor a chapa articulada pela Frente Popular com o delegado da Polícia Federal José Pinto de Luna. Filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), o nome de Luna foi sugerido durante entrevista coletiva concedida por Lessa nesta segunda-feira ao lado do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, político que também ocupa o cargo de Ministro do Trabalho e Emprego.

“Eu sou contra o nome de Luna, o PT tem grandes nomes históricos como Adelmo (Santos, sindicalista e compadre do presidente Lula), Lenilda (Luna, professora e dirigente do Sinteal) e Joaquim(Brito, ex-presidente da Ceal). Quem precisa do Luna se temos tantos nomes?”, rechaçou Ronaldo Lessa que já havia ‘detonado’ o delegado da Polícia Federal diante dos jornalistas enquanto esperava a chegada de Carlos Lupi.

O pré-candidato da Frente Popular criticou duramente Pinto de Luna por conta de algumas declarações do delegado que ainda acredita no apoio do seu partido em seu projeto de chegar ao Senado. Apesar do apoio público de algumas lideranças do PT, a candidatura de Luna poderá ser retirada por causa das mudanças ocorridas na coligação que já foi chamada de “Chapão”.

A pretensão do senador Fernando Collor (PTB) em voltar ao governo de Alagoas deixou a indicação para o vice de Lessa em aberto. Como uma das duas vagas que cada coligação tem direito já é do PMDB – que se esforça para reeleger Renan Calheiros -, a direção do PT já indicou até nome para compor a chapa com Ronaldo Lessa. Dessa forma, a segunda candidatura para senador da Frente Popular seria entregue ao PC do B, que aposta em Eduardo Bonfim.

“Quem prometeu e não fez, perdeu a vez”

Também sobrou alfinetada para o deputado federal Benedito de Lira, líder do Partido Progressista (PP) em Alagoas. Sua retirada da Frente Popular mereceu o seguinte comentário do ministro Carlos Lupi: “quem prometeu e não fez, perdeu a vez”, disse o líder nacional do PDT, citando um ditado popular do Rio do Janeiro, onde tem sua base eleitoral.

Carlos Lupi foi enviado de Brasília para demonstrar que o presidente Lula apóia a candidatura de Lessa, visita que também pode ser interpretada como um gesto de desaprovação à intenção de Collor, presidente estadual do PTB, outro partido que integra a base de sustentação do Palácio do Planalto. Lessa aproveitou a oportunidade para declarar que não vê “sinal de traição do PMDB de Renan”.

“Quando Collor o procurou (Renan Calheiros) e ofereceu a composição de vice na chapa, ele não aceitou”, justificou Ronaldo Lessa sobre sua opinião. O ex-governador disse ainda que o deputado federal Olavo Calheiros – irmão de Renan – não será seu vice, como se cogita, assim como nenhum indicado do PMDB. Lessa afirmou que espera uma lista do PT, relação que já tem um nome vetado por ele, o de Pinto de Luna.