Rodrigo Maia obteve 285 votos no segundo turno
O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi eleito presidente da Câmara dos Deputados, com 285 votos. Ele venceu o segundo turno disputado com o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que teve 170 votos.
Também foram registrados 5 votos em branco. No total, foram 460 votos. A vaga foi aberta com a renúncia do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência. O eleito cumprirá mandato até fevereiro de 2017.
Em seu primeiro discurso como presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) agradeceu a todos os partidos que o apoiaram, seja desde o primeiro turno ou a partir do segundo turno. Ele citou o nome de vários líderes e deputados que apoiaram sua candidatura desde o primeiro momento ou no segundo turno, no qual disputou o cargo com o deputado Rogério Rosso (PSD-DF).
Maia presidirá a Câmara até o início de fevereiro de 2017, completando o mandato do biênio 2015-2016 devido à renúncia à presidência por parte do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
“Agradeço pela disputa limpa, na política, agradeço à minha família. É difícil falar depois desse momento, sentado nesta cadeira”, afirmou.
Rodrigo Maia ressaltou que terá a oportunidade de presidir a Câmara junto com os outros deputados. “Vamos tentar governar com simplicidade, pacificar esse Plenário. Tem pautas do governo, mas também tem demandas da sociedade”, lembrou.
Perfil
O deputado federal Rodrigo Maia foi eleito em 2014 para o seu quinto mandato na Câmara dos Deputados. Ele já foi líder da bancada do DEM na Câmara por dois anos.
Em 2015, foi presidente e relator da proposta de reforma política. Ele é presidente da Comissão Especial da DRU.
Aliados de Rodrigo Maia falam de vantagem surpreendente no 2º turno
Deputados que apoiaram a candidatura do presidente da Câmara eleito, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmaram que o deputado teve muito mais votos do que o esperado pelos aliados.
O líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), disse que o número elevado de votos se deu por uma aliança que incluiu até parte do PT, PCdoB e PDT. “A diferença de 115 votos foi muito grande e nos surpreendeu. Vamos fazer a Câmara voltar a ter o seu protagonismo, a confiança, e ajudar o País”, disse.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) afirmou que os aliados de Rodrigo Maia esperavam que ele tivesse uma vantagem de 50 votos sobre Rosso e, portanto, a expectativa foi dobrada.
Vontade de mudança
Para o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), a votação expressiva do novo presidente da Câmara indica uma vontade de mudança nos rumos da Casa. “Esses 115 votos a mais demonstraram que a Casa queria de fato uma renovação. E conseguimos atrair um campo mais extremo, inclusive com PCdoB, parte do PR, PDT, legendas que compunham a base do governo anterior, mas votaram pela renovação”, informou.
O líder do PCdoB, deputado Daniel Almeida (BA), lamentou que os partidos alinhados com a esquerda não conseguiram se alinhar em nome de um só candidato no primeiro turno e que, no segundo turno, os deputados tiveram liberdade de votar de acordo com a consciência.
A decisão do PT, segundo o deputado Marco Maia (RS), não foi fácil. “Foi uma das eleições mais difíceis que o PT enfrentou. Tínhamos no segundo turno dois candidatos com diferenças enormes em relação ao partido. Eleições como esta são sempre muito complexas”, afirmou.
O que todos os deputados de oposição – PT, PCdoB e PDT – cobrarão de Rodrigo Maia é respeito ao direito das minorias. É o que disse o líder do PDT, deputado Weverton Rocha (MA). “O ex-presidente Eduardo Cunha impôs uma política personalista ruim, minando os partidos para tratar pessoalmente com cada parlamentar. O que cobramos [de Rodrigo Maia] é o compromisso para, caso se elegesse, restabelecer o convívio. Oposição é oposição, governo é governo, e nós queremos ser respeitados”, afirmou.
