Suprir necessidades de uma determinada comunidade através da geração de emprego e renda, executando maneiras de explorar matérias-primas renováveis e transformá-las em produtos a serem convertidos em mercadoria e promover o desenvolvimento sustentável, são os objetivos da Associação das Artesãs de Feliz Deserto em parceria com a Prefeitura Municipal e a Usina Coruripe. A melhoria das condições de vida de suas associadas e respectivas famílias, por meio da manufatura dos belíssimos artigos artesanais confeccionados a partir do manuseio responsável dos recursos naturais do local (Taboa) é visível.
Segundo o secretário de Cultura e Turismo de Feliz Deserto, José Horgdys, a cada exposição dos produtos em diversas feiras o resultado positivo é grande e, nessa 15ª Feira de Artesanato do Nordeste (Artnor), não poderia ser diferente. “Ficamos expostos no salão mais visitado da feira, exclusivo para quem ganhou o Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato. Esse prêmio nos deu muita visibilidade e mais de 5 mil pessoas foram conferir as lindas peças. Foi um grande sucesso!”, frisou o secretário.
As sete unidades produtivas vencedoras da 1ª e 2ª edição do Top 100 que expuseram as peças premiadas no salão foram da Cooperativa das Artesãs da Ilha do Ferro (Artilha), o delicado bordado Boa Noite; da Associação das Artesãs do Pontal do Coruripe, as cestarias em palha de Ouricuri; e da Associação das Artesãs de Feliz Deserto, as peças em palha de Taboa. A Associação de Inclusão Social Bordadeiras de Penedo levou à Artnor os tradicionais bordados ribeirinhos. Já as empresas Caleidoscópio, Karandashi e Viver de Arte expuseram jóias, cerâmicas e luminárias artesanais.
PRÊMIO
O Prêmio TOP 100 de Artesanato, promovido pelo Sebrae, tem como objetivo reconhecer e valorizar o trabalho realizado por artesãos de todo o país, selecionando as 100 unidades produtivas mais competitivas do Brasil. O TOP 100 vai além de estética e cultura; leva em conta os processos produtivos com foco no mercado. No prêmio são avaliados critérios como inovação, adequação ergonômica dos postos de trabalho, adequação ambiental, eficiência produtiva e responsabilidade social. Para as artesãs estar na lista dos 100 melhores grupos artesanais do país significa entrar para a vitrine do artesanato mundial.
“Adorei conhecer essa feira, principalmente o artesanato de Feliz Deserto e Coruripe, a riqueza nos detalhes, a conservação da matéria-prima e o design das peças me encantaram. Sem contar que essa exposição dos produtos que ganharam o prêmio me atraiu muito”, comentou a turista de Brasília, Karen Peronni.
A visibilidade dada pelo TOP 100 também gera negócios. As artesãs de Feliz Deserto, por exemplo, fecharam contrato com várias empresas. Elas, que já exportaram seus produtos para outros países, comemoraram o aumento nas vendas. “Ganhar o prêmio TOP 100 e participar da Artnor foi muito bom para nossa associação, pois nos deu oportunidade de conquistar novos clientes. A feira foi perfeita, vendemos bastante e fechamos muitas encomendas para empresas de fora e alagoanas. No último dia da feira, após nosso balanço, percebemos que o resultado foi maravilhoso”, revelou a artesã de Feliz Deserto, Zerenita dos Santos.
Segundo o prefeito de Feliz Deserto, Maykon Beltrão, a prefeitura tem apoiado a Associação, em parceria com a Usina Coruripe, o trabalho que vem crescendo a cada ano. “Nosso objetivo é transformar o artesanato de Feliz Deserto reconhecido nacionalmente, pois o aumento da demanda gera emprego e renda, por isso a prefeitura e a usina têm patrocinado todas as exposições e divulgado em vários veículos de comunicação o lindo trabalho que é feito pelas artesãs da cidade”, ressaltou o prefeito.
TABOA e OPA
Além do artesanato confeccionado com a palha da Taboa, pela Associação das Artesãs de Feliz Deserto, localizada na entrada da cidade, existe também a Oficina de Papel Artesanal (POA), no Povoado Pontes, onde as artesãs trabalham com material produzido a partir da reciclagem do bagaço da cana-de-açúcar com papel de saco de cimento. Assim como os produtos da Taboa, o POA respeita as características naturais, preserva o meio ambiente e promove o desenvolvimento sustentável na cidade.
A Oficina de Papel também expôs seu artesanato no outro salão da feira, o Águas, que também foi um dos ambientes que mais chamou a atenção do público. No local, foi planejado um mar de filé, onde cinco canoas serviram como cenário para mestres artesãos demonstrarem o ofício. Para completar a beleza do espaço, o teto reproduzia a suavidade do movimento das redes de pesca, conhecidas como tarrafas.
