Com o objetivo de conhecer as dificuldades, debater as soluções viáveis e discutir em conjunto o papel da Casa Maternal Denilma Bulhões na assistência obstétrica do Município, dentro da estratégia da Rede Cegonha, o secretário adjunto municipal de Saúde, Eugênio Leite, representantes do Fórum Perinatal do Estado, do Sistema de Regulação (CORA) e do Ministério Público Estadual estiveram reunidos, nesta terça-feira (17), com os profissionais de saúde, médicos obstetras e pediatras, além de enfermeiras obstetras, técnicas e auxiliares de enfermagem e assistente social daquela unidade.
“A gestão atual está assumindo um novo olhar sobre a assistência obstétrica, retomando as ações da atenção básica, que foi deixada de lado nos últimos anos. Temos consciência de todos os problemas, mas somos parceiros, estamos ouvindo os profissionais de saúde, procurando buscar soluções em conjunto para resgatar e repensar o trabalho de assistência à saúde no Município”, frisa Dr. Eugênio.
Motivada pela determinação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de promover os ajustes necessários para que a assistência obstétrica do município tenha a qualidade esperada pela população, atendendo adequadamente à demanda das gestantes de risco habitual, a reunião teve seu primeiro momento voltado para o relato do cotidiano dos profissionais, que descreveram problemas estruturais, condições de trabalho e dificuldades no processo de transferência de parturientes através do CORA, como principais fatores da redução do atendimento na Casa Maternal, que vem atingindo no máximo 20% de sua capacidade, de 300 partos por mês.
Para resgatar a Casa Maternal como referência para os partos de risco habitual, estimulando o nascimento dos bebês de forma natural, a SMS vem investindo não só na melhoria da qualidade do pré-natal realizado pelas unidades básicas, mas também na atualização permanente dos profissionais – a exemplo dos cursos de boas práticas e de reanimação neonatal – no intercâmbio de experiências com instituições de outros estados, em mudanças administrativas e no abastecimento de insumos e medicamentos.
“Sabemos que a rede de assistência à saúde está sucateada e isso não é uma coisa de hoje. O que temos buscado ao máximo, no entanto, é encontrar soluções para o problemas, possibilitando ao município recuperar a Casa Maternal Denilma Bulhões como referência para o parto normal, humanizado”, reforça a coordenadora do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher e da Rede Cegonha na SMS, Suzângela Dória.
Para o promotor de Justiça Ubirajara Ramos, que representou a Promotoria da Defesa da Saúde do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), a reunião foi muito rica, no sentido de que os profissionais de saúde tiveram a oportunidade de serem ouvidos em suas dificuldades no desempenho das atividades da Casa Maternal. Ramos parabenizou a SMS por buscar uma conciliação para a resolução dos problemas que vêm impedindo uma maior resolutividade no que se refere ao atendimento de risco habitual, desde que foram iniciadas as obras da Maternidade Santa Mônica.
“O atendimento do risco habitual era uma das maiores reclamações da Santa Mônica e atualmente é do Hospital Universitário, que foi designado para absorver apenas a demanda de alto risco na Capital. Os ajustes na organização da assistência materno-infantil precisa ocorrer em paralelo aos ajustes estruturais dos serviços, para que o atendimento seja garantido às parturientes e seus bebês em sua totalidade”, disse o promotor.
