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Negócios/Economia

Resgate líquido não afeta confiança na dívida pública, dizem economistas

O resgate líquido de títulos públicos em 2014 não representa a desconfiança dos investidores nos papéis do governo. Pelo quarto ano seguido, saíram de circulação mais títulos que o Tesouro Nacional emitiu. Apesar disso, economistas ouvidos pela Agência Brasil dizem que o processo facilita a administração da Dívida Pública Federal (DPF) e impede que o governo pague juros mais altos em momentos de turbulência na economia.

Por meio dos títulos públicos, o Tesouro pega emprestado dinheiro de investidores para honrar os compromissos. Em troca, compromete-se a devolver o montante acrescido de juros, que podem seguir a Selic (taxa básica da economia), a inflação, o câmbio ou serem prefixados (determinados com antecedência). Uma medida da confiança em relação à dívida pública é a capacidade de o Tesouro continuar a emitir títulos e rolar (renovar) o endividamento.

Em 2014, o Tesouro, mais uma vez, não conseguiu rolar 100% da DPF. No ano passado, os vencimentos e as recompras superaram as emissões de títulos, totalizando um resgate líquido – diferença entre resgates e emissões – de R$ 70,2 bilhões. A DPF, que encerrou o ano passado em R$ 2,296 trilhões, cresceu 8,1%, exclusivamente por causa da atualização dos juros sobre o estoque da dívida.