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Meio Ambiente

Reservas Particulares do Patrimônio Natural de Alagoas recebem placas de identificação

Alberto Agra e o filho, com a placa em sua reserva Tocaia, em Santana

As Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) localizadas em Matriz do Camaragibe e Paripueira, ambas unidades de conservação do bioma Mata Atlântica, receberão placas de identificação na próxima segunda-feira (20). As placas devem ser colocadas nas vias de acesso e nos limites das reservas para advertir terceiros quanto à proibição de desmatamento, de queimadas, de caça, pesca ou captura de animais e quaisquer outros atos que afetem ou possam afetar o meio ambiente.

Engenheiros da Diretoria de Unidades de Conservação do Instituto do Meio Ambiente (IMA) fazem a entrega das placas de identificação das 20 RPPNs espalhadas pelo Estado. Nos dias 13 e 14 foram entregues as das reservas do bioma caatinga: Tocaia, Jader e Estância São Luiz, localizadas em Santana do Ipanema, e a reserva José Abdon Malta Marques, em Ouro Branco.

As placas de identificação das RPPNs têm o intuito de ajudar a inibir o acesso de terceiros sem autorização prévia do proprietário. “Agora vão saber que estou amparado pela lei 9.985/00 e pelo Estado”, disse Alberto Nepomuceno Agra, dono da RPPN Tocaia. “A reserva dele é referência, pelo grau de conservação da fauna, da flora e pela perseverança dos proprietários em mantê-la protegida, principalmente por se tratar de uma área muito próxima à zona urbana”, disse Rodrigo Amorim, engenheiro agrônomo do IMA.

Dono de uma área protegida de 21,7 hectares de caatinga, Alberto Agra, 88 anos, veterano de guerra, não contém o orgulho ao contar que a propriedade pertencia ao seu avô. “Ele tinha muito interesse em mantê-la preservada. Hoje, com o apoio do meu filho, da minha família e agora do IMA, eu sei que esse pedaço de mata vai permanecer aqui para as futuras gerações”.

A RPPN Tocaia recebe com frequência a visitação de grupos de estudantes. “Só nesta semana, 40 alunos do curso de biologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) vieram aqui para pesquisar e coletar amostras de espécies de insetos”, contou Alberto Agra. Segundo Fernando Pinto, engenheiro agrícola do IMA, as RPPNs são uma categoria de unidade de conservação de uso indireto, que permite o desenvolvimento de atividades de cunho científico, cultural, educacional, de lazer e de turismo sustentável.

Os proprietários das RPPNs do sertão divulgam suas áreas de proteção pela região e, com isso, o IMA recebe mais solicitações de reconhecimento de novas áreas. “A placa de identificação vai criar ainda mais curiosidade na população. Porque, só de ouvirem falar que eu tenho uma RPPN, quatro pessoas já vieram me perguntar o procedimento para transformarem suas propriedades em reservas”, conta Luiz Alves Ribeiro, dono da RPPN Estância São Luiz e presidente do sindicato dos produtores rurais de Santana do Ipanema.