Considerada a mais brasileira de todas as bebidas, a cachaça será destaque do programa Página Aberta deste sábado (31), da TV Educativa de Alagoas (TVE), abordando aspectos e curiosidades da produção deste derivado de cana-de-açúcar, o processo de fabricação e como anda o mercado alagoano no segmento. O programa vai ao ar às 12h, com reprise nesta segunda-feira (2), às 8h45.
Surgida na época da colonização brasileira, ao longo do tempo a cachaça passou por altos e baixos, foi moeda corrente e consumida em banquetes palacianos, chegou a ser relegada a botecos e associada ao consumo das classes menos favorecidas economicamente, mas deu a volta por cima estando hoje presente nos melhores restaurantes e adegas residenciais, sendo servida com requinte e rigor.
Mercado – Atualmente há dois tipos de cachaça, a industrial, produzida em grande escala, e a artesanal, feita em alambiques. Em Alagoas existem mais de 30 produtores de cachaça, mas apenas seis estão registradas na Associação dos produtores de Cachaça de Alambique e Derivados da Cana-de-açúcar de Alagoas (Aprocal).
O mercado alagoano de cachaça ainda é modesto se comparado ao mercado mineiro, por exemplo, que tem registrado cerca de cinco mil produtos. No entanto, os produtores locais investem em alta qualidade, trabalhando para dominar o mercado local e conquistar apreciadores da bebida em outros continentes.
O repórter Fabrício Camboim conversou com Francisco Beltrão, presidente da Aprocal, que fala sobre os engenhos onde o destilado é produzido no Estado, acerca de parcerias com o governo do Estado – por meio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico -, com o Sebrae e Federação das Indústrias. O objetivo é o de atingir nível de excelência e fomentar a produção do produto em Alagoas.
A equipe do Página Aberta também conversou com Henrique Tenório, proprietário de adega localizada na capital alagoana, e com o estudioso do assunto, Renato Coutinho. Henrique e Coutinho fazem parte do Clube da Cachaça. Encontro promovido pela Aprocal reuniu produtores, estudiosos e apreciadores da bebida. Os telespectadores vão conhecer também verdadeiros experts no assunto, que falam da história dessa bebida alcoólica e de famílias com tradição neste ramo.
Fabricação – Os telespectadores acompanharão ainda o processo de fabricação da bebida, também batizada de aguardente, birita, caninha, pinga, cana, branquinha, malvada, água que passarinho não bebe, dentre outras denominações.
A equipe de reportagem viajou ao interior do Estado para conhecer a Fazenda Morena, no município de Pindoba. O Alambique produz anualmente 10 mil litros de cachaça. Além da bebida, também são fabricados mel de engenho e rapadura, seu principal produto.
A equipe também visitou o alambique do professor de engenharia química João Nunes, que há 32 anos trabalha com cana-de-açúcar e há pouco mais de uma década iniciou a produção de cachaça. A empresa de cachaça artesanal está encubada na Unidade Experimental de produção de derivados da cana-de-açúcar, no Centro de Tecnologia da Ufal, onde alunos de mestrado e doutorado têm oportunidade de desenvolver pesquisas sobre a cachaça.
Segundo Nunes, os resultados das pesquisas são incorporados direto ao produto, fazendo com que a bebida ganhe em qualidade. A produção já ganhou nome e é vendida em alguns estabelecimentos comerciais de Maceió, com grande aceitação dos turistas. O professor mostra o percurso de fabricação da cachaça, desde a moagem até o engarrafamento da bebida.