
Senadores João Tenório e Renan Calheiros
Na tarde desta quarta-feira (14), o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), em aparte ao discurso do conterrâneo João Tenório (PSDB), disse que o parecer do Ibama é “ofensivo”, contra o desenvolvimento de Alagoas e “precisa ser combatido”. Ele anunciou que já foi marcado um encontro na próxima terça-feira (20) com a nova ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Renan aproveitou para convidar o senador João Tenório para o encontro, juntamente com os demais integrantes da bancada alagoana no Congresso Nacional.
“Na audiência vamos dizer a ministra que Alagoas não abre mão deste empreendimento”, disse Renan, enfatizando a importância, também, do governador Teotonio Vilela Filho na audiência, para demonstrar, com a bancada federal, a insatisfação da sociedade alagoana com as tratativas até agora desenvolvidas e buscar uma posição definitiva para implantação do estaleiro em Coruripe.
“Alagoas não pode prescindir de um empreendimento deste porte. Precisamos do estaleiro e de outros tantos empreendimentos”, defendeu o líder do PMDB. A audiência com a ministra foi agendada pelo senador a pedido do prefeito de Coruripe, Marx Beltrão, “que desde o primeiro momento está muito interessado – como todos nós – na viabilização desse investimento”, disse Renan.
Senador João Tenório: “Alagoas sofre discriminação pelo Ibama”
O senador João Tenório (PSDB-AL) disse nesta quarta-feira (14) que Alagoas enfrenta dificuldades criadas pelos técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em relação ao projeto de implantação do estaleiro EISA Alagoas S/A, no município de Coruripe.
Tenório disse que o Ibama agiu de modo diferente do que fez em outros estados, interferindo no processo de licenciamento e emitindo um parecer que concentra críticas em aspectos socioeconômicos e não em aspectos ambientais. O senador leu um trecho do parecer que trata do tema:
“Já em termos socioeconômicos destacamos a expectativa gerada pela possível instalação do empreendimento na população da Região Nordeste, o que acarretará migração para o estado de Alagoas de trabalhadores em busca de oportunidades de emprego. Tal fato gera favelização e sobrecarga nos serviços públicos já carentes no estado”.
– É surreal. Imploro a reflexão de todos aqui presente, pois me parece que estamos diante do primeiro caso em que desenvolvimento econômico com geração de emprego e renda gere favelização – alertou.
Para Tenório, se o que os analistas do Ibama afirmam estiver correto, Alagoas está condenado a nunca receber qualquer empreendimento expressivo ou relevante e impedido de criar demanda por novos insumos e de alterar a dinâmica da economia regional em favor do bem estar local.