Na sexta durante homenagem na Asplana, Renan denunciou retaliação do Ibama
O senador Renan Calheiros classificou de retaliação do Ibama e do Instituto Chico Mendes a ação civil pública acusando-o de causar danos ambientais à Estação Ecológica de Murici com a pavimentação de uma estrada na Serra do Ouro. A retaliação seria uma forma de pressão por ele ter pedido vistas de um processo que cria 680 cargos e outros benefícios na estrutura funcional dos dois órgãos.
O assunto foi abordado pelo senador na solenidade em que ele foi homenageado, na manhã desta sexta-feira, por plantadores de cana do Nordeste e dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro por seu trabalho em defesa do setor junto ao governo federal. A mais recente das conquistas é o subsídio da cana que está sendo pago pela Conab a mais de 20 mil fornecedores de vários estados.
O Ibama tratou Alagoas com desigualdade em relação a outros estados nordestinos ao analisar a licença ambiental para instalação do Estaleiro Eisa, em Coruripe. Como resposta, usando de suas prerrogativas como senador da República, Renan pediu vistas do processo de interesse do instituto que tramitava na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado.
“Como o Brasil está em crise e eles costumam tratar as coisas de maneira desigual, eu pedi vistas do processo para analisar essa nova criação de cargos. Afinal de contas, estão sendo criados muitos cargos, que precisam ser avaliados. Continuo analisando o processo e certamente estarei concluindo quando eles concluírem a análise do licenciamento do estaleiro”, avisou o senador.
Preocupação na Ufal
Renan informou que tinha sido procurado há alguns dias por pesquisadores da Ufal preocupados com a situação na Serra do Ouro, onde está instalada a estação de pesquisa sobre variedade de cana-de-açúcar, que antes pertencia ao Planalçúcar. Esse programa de melhoramento genético da cana-de-açúcar desenvolvido pela Ufal na serra também está sendo ameaçado.
Esta semana, de acordo com o senador, em mais um capítulo da radicalização do Ibama, ele foi informado da ação pública civil contra sua pessoa e a Agrupecuária Alagoas, de propriedade de sua família, vizinha à estação da Ufal. A ação foi movida porque sua família colocou paralelepípedo no trecho de uma estrada de três metros de largura para escoamento da produção.
“A estrada existe há mais de 100 anos, mas no período de inverno fica intransitável. Sem o pavimento, não há como escoar a produção nesse período. Eu não sou gerente e nem só majoritário da Agropecuária, onde nossa família produz. A ação do Ibama contra um dos acionistas que não é majoritário visa ganhar repercussão nos órgãos de comunicação nacional para inibir, mas eles não vão conseguir”, disse o senador.
Audiência
Na terça-feira, Renan terá um novo encontro com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para defender a necessidade do programa da Ufal na Serra do Ouro, que ele considera fundamental para o experimento de variedades da cana-de-açúcar. Vai também falar sobre a necessidade de o Ibama concluir a análise e o licenciamento do estaleiro de Coruripe.
“Há dois anos, quando disputei o terceiro mandato de senador, as pessoas que eram adversárias diziam que eu estava contra a instalação do estaleiro. Mas os alagoanos sabem que eu sempre defendi e vou continuar trabalhando, com a ajuda de Deus, para termos uma Alagoas melhor para todos”, concluiu o senador.
Nos primeiros bancos do auditório da Asplana, em Jaraguá, entre os fornecedores de cana estavam o deputado federal Joaquim Beltrão (PMDB), prefeito eleito de Coruripe, e o deputado estadual João Beltrão (PRTB), que assentiam com o líder do PMDB em tudo que ele falava sobre o estaleiro.Renan foi aplaudido pelos Beltrão e todos os presentes.
