Dezessete reeducandos receberam nesta sexta-feira (21) o certificado de conclusão do curso de Operador de Áudio, realizado dentro do sistema prisional alagoano pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). O curso foi ministrado em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE) e Escola Técnica de Arte da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
A solenidade de entrega dos certificados foi realizada no auditório do Presídio Feminino Santa Luzia com a participação de representantes das instituições parceiras do programa de formação de mão de obra. Segundo a superintendente de Gestão da SEE, Maria do Carmo Silveira, desde 2008 a secretaria oferta cursos de alfabetização no sistema prisional, mas este é o primeiro curso de nível técnico.
“Já estamos com mais de 300 reeducandos alfabetizados e mais 125 em processo de formação na sétima etapa do Programa Brasil Alfabetizado (PBA)”, informou Maria do Carmo, acrescentando que no segundo semestre deste ano terá início a oitava etapa do PBA dentro do sistema prisional. “Isso sem falar nos cursos do Pronatec voltados para esse público, em parceria com outras instituições”, destacou a educadora.
Merenda
Durante a solenidade de certificação, Maria do Carmo fez a entrega simbólica da merenda escolar à gerente de Educação da Superintendência Geral de Administração Penitenciária (SGAP), Andréa Rodrigues. “A merenda vai incentivar ainda mais o reeducado a comparecer às aulas de alfabetização”, afirmou Maria do Carmo. Segundo ela, o balanço feito pelo sistema prisional detectou que o aproveitamento do curso gira em torno de 90%.
Para o reeducado Jorge Ângelo da Silva, 28 anos, o certificado do curso de Operador de Áudio veio em boa hora. “Antes da prisão, eu já trabalhava como DJ e operador de áudio, mas não tinha o curso técnico. Com esse curso, além da prática eu tive acesso à parte teórica e ao certificado. Agora, eu me sinto mais preparado para lá fora conseguir aproveitar as oportunidades de trabalho que com certeza vão surgir”, argumentou.
De acordo com a gerente de Educação Prisional, Andréa Rodrigues, além do curso de Operador de Áudio, que durou quatro meses e teve 175 horas/aula, outros cursos técnicos estão em andamento dentro do sistema. “Estamos com vários cursos de nível técnico em andamento, em parceria com a Ufal, o Instituto Federal de Educação (Ifal), o Sesi e o Senac”, destacou a agente penitenciária.
Comportamento
O major PM Edenilzo Amorim, da SGAP, disse que para ter acesso aos cursos os reeducandos precisam ter bom comportamento, estar com a documentação em dia, ter escolaridade e demonstrar interesse pelos estudos. “Com esse curso, eles vãos poder atuar na montagem e operação de sistemas de som durante as gravações e transmissões de shows e demais eventos”, resumiu.
Para a coordenadora do Pronatec em Alagoas, Marilda Melo, o curso vem suprir uma carência do mercado, que precisa de profissionais que atuem na área de áudio. “O curso é um pioneirismo, vem suprir a carência e também proporcionar aos reeducandos a oportunidade de adquirir conhecimentos e assim reconstruir a sua história, pois o conhecimento transforma o ser humano”, afirmou a educadora.
