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Penedo

Rede de Mães Atípicas de Penedo reforça luta por inclusão em entrevista à Rádio Penedo FM

Fundadoras da Rede de Mães Atípicas de Penedo foram entrevistadas nesta sexta, 11 - Foto: aquiacontece.com.br

O Programa Em Pauta, apresentado por Guilherme Lopes na Rádio Penedo FM (97,3 MHz e pelo canal Penedo FM Play no YouTube) trouxe ao ar nesta sexta-feira, 11 de abril, uma entrevista especial em alusão ao Abril Azul, mês de conscientização sobre o autismo. O programa recebeu Luanna Morais, Juliana Gusmão e Katy Rose Oliveira, fundadoras da REMAP – Rede de Mães Atípicas de Penedo.

Luanna Morais abriu a conversa explicando que a iniciativa nasceu com o propósito de acolher, inspirar e informar famílias penedenses com filhos autistas e toda a sociedade, criando um espaço de apoio mútuo e conscientização coletiva. Ela também agradeceu o espaço na emissora e destacou o impacto positivo da REMAP na comunidade.

“A informação é o caminho para a empatia, e a empatia é o início do respeito. Nossa missão é ampliar o conhecimento sobre o autismo e mostrar à sociedade que o acolhimento transforma vidas”, afirmou.

Atualmente, cerca de 30 mães fazem parte da REMAP, mas o objetivo das fundadoras é ampliar esse número, garantindo que mais famílias tenham acesso ao apoio emocional, social e jurídico. Durante o programa, também foi reforçada a importância do acolhimento das crianças autistas nos espaços públicos, especialmente na educação.

Katy Rose, mãe atípica e uma das fundadoras, ressaltou avanços na rede municipal de ensino. “A gente percebe uma melhora no acolhimento nas escolas municipais. Isso é importante para a inclusão das nossas crianças. Ainda há muito a melhorar, mas os primeiros passos já estão sendo dados”, comentou.

Apesar dos avanços, ainda há muitos desafios enfrentados pelas famílias. Juliana Gusmão chamou a atenção para a necessidade urgente de mais políticas públicas no município. “Nós, mães atípicas, sentimos na pele a ausência de inclusão real. Precisamos de leis municipais que garantam os direitos das nossas crianças e deem suporte às famílias. Apelo aos nossos vereadores: olhem por essa causa, porque os desafios que enfrentamos diariamente são imensos”, declarou.

Ao final da entrevista, Luanna compartilhou com os ouvintes uma emocionante reflexão publicada nas redes sociais do perfil @mamaedeautistaa, que resume a força e resiliência das mães atípicas. Intitulada “A Luta de Uma Mãe Atípica Não É Escolha”, o texto fala sobre a batalha diária por inclusão e respeito, destacando que o verdadeiro obstáculo não é o autismo, mas a ignorância e o preconceito ainda presentes na sociedade.

Confira texto na íntegra:

A Luta de Uma Mãe Atípica Não É Escolha

 

Se querem me chamar de guerreira,

Que seja por lutar contra um mundo que ainda não sabe incluir.

 

Que seja pelas portas que já fecharam na minha cara,

Pelos olhares de julgamento que fingem ser compaixão,

Pelas vezes que disseram “aqui não temos estrutura”,

Quando, na verdade, não tinham vontade.

 

Minha guerra não é contra o autismo,

É contra a ignorância, contra o desprezo,

Contra o silêncio que machuca mais que palavras.

 

Ser mãe atípica não é sobre força,

É sobre lutar todos os dias pelo óbvio.

E enquanto o mundo não entender isso,

Seguirei de pé, mesmo cansada, mesmo ferida, mesmo sozinha.

 

Porque desistir nunca foi uma opção.

Veja entrevista na íntegra: