A receita de prêmios do mercado segurador brasileiro, apurada nos cinco primeiros meses deste ano pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), somou R$ 34,2 bilhões. O aumento foi de 19,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O prêmio é o dinheiro pago pelo segurado para que a empresa seguradora assuma a responsabilidade de um determinado risco. A Susep é vinculada ao Ministério da Fazenda e tem a responsabilidade de controlar e fiscalizar o mercado de seguros.
O diretor da Susep, Alexandre Penner, disse que um dos principais fatores do crescimento do mercado nacional foram os chamados seguros populares, voltados às classes menos favorecidas, seguindo um trabalho que vem sendo aprofundado pela entidade. “É um trabalho em que a Susep se engajou muito no último ano. E o próprio mercado privado está com iniciativas interessantes nesse aspecto, apresentando à população de mais baixa renda qual é a vantagem do seguro.”
Ele explicou que para a chamada nova classe social C o seguro é uma forma de manter o padrão adquirido e não retornar à classe anterior. Penner citou, em especial, o Projeto de Educação do Consumidor de Microsseguro (Tô Seguro), direcionado à população de baixa renda e implantado no ano passado em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Penner revelou que funeral é um seguro que tem vendido muito nas populações mais carentes, além de seguros de residência e de acidentes pessoais, este último para cobertura, inclusive, de acidentes provocados por bala perdida.
O seguro prestamista, que cobre crediário, aumentou 28,6% entre janeiro e maio deste ano, em relação a igual período de 2009. “É um seguro que garante a dívida. Em caso de morte ou de invalidez do titular, o seguro cobre a dívida junto ao credor.”
O seguro turismo, também muito procurado pela nova classe C, cresceu 90,9%. Ele cobre eventuais acidentes durante o tempo em que a pessoa está de férias, agregando coberturas como serviços de remoção em caso de falecimento e localização de bagagem, entre outras.
A retomada do crescimento econômico traz a expectativa de que o mercado de seguros brasileiro cresça acima de 10% em 2010, puxado pelo novo nicho de seguros populares, disse o diretor da Susep. No ano passado, o crescimento registrado pelo mercado segurador atingiu 13%, sem contar o ramo saúde, controlado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).