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Quilombola sensibiliza com relato sobre uso sustentável no Pará

O líder da comunidade quilombola Tapagem, Aldo Pita, localizada na Floresta Nacional de Saracá-Taquera, no Pará, disse que está animado com as novas atividades das 60 famílias da região. Os moradores da área iniciam atividades de turismo de base comunitária, na Calha Norte do Rio Amazonas, com a construção de casas cobertas de palha, no estilo das que já existem, e passam a abrigar os visitantes que chegam de barcos para fazer programas turísticos, que incluem trilhas, passeios de canoa, visitas às plantações e conversas sobre a vida dos quilombos. Agora a novidade é receber os hóspedes e ampliar a renda.

“Na semana passada foi a nossa primeira vez. Daqui para a frente, esperamos dar uma alavancada, e ter mais visitas. Antes, tinha gente que ia lá e ficava dois dias, mas não tinha acomodação nem organização”, afirmou.

Aldo contou sua história no IX Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), que por três dias reuniu 1200 pessoas em Florianópolis (SC). Segundo ele, a comunidade Tapagem tem sua origem na escravidão. Eram pessoas que trabalhavam na extração da borracha e conseguiram fugir dos donos das fazendas da região. De acordo com o líder, a história da região é preservada, como também a natureza. “Fazemos óleo de copaíba, de andiroba, castanha e artesanato.”

Segundo Aldo, para preservar a natureza, a comunidade já rejeitou diversas propostas de exploração de madeireiras. “Aos poucos eles iriam levar a floresta e nós íamos ficar sem a castanheira, a copaíba, o cumaru, madeira muito boa que temos para a construção de casas e de móveis. Depois que elesrretirassem tirarem as árvores, só iriam ficar as capoeiras. Não é o que a gente quer, porque íamos perder nosso oxigênio, eles iriam espantar a caça e o nosso peixe, com o barulho de motores”.