
Menos de um metro separam torre de telefonia da casa do pescador José Antônio na rua Penedinho, no Brejão
A queda de um raio sobre a torre de telefonia situada à Rua Penedinho no povoado Brejão, em Brejo Grande, Sergipe, assustou os moradores. A descarga elétrica danificou eletrodomésticos, causou um ‘apagão’ e ainda abriu buracos em paredes da casa vizinha à estrutura da empresa Telemar. Assustados, os moradores cobram providências.
O problema foi denunciado na manhã desta terça-feira, 20, no Programa Lance Livre. Moradores enviaram carta para a Rádio Penedo FM e telefonaram para reforçar o apelo por solução. A reportagem do Aqui Acontece esteve no local e constatou a gravidade do problema, principalmente no imóvel do casal José Antônio dos Santos e Maria José Elias dos Santos.
TROVOADA
“Na madrugada desse último sábado choveu muito por aqui, trovoada mesmo. A gente estava até acordado quando o raio caiu na torre da Telemar. Foi um estrondo tão grande que estremeceu o chão e pegou fogo no mosquiteiro da cama. A gente correu pra rua e passou o resto da noite na casa de um vizinho”, relembrou o pescador José Antônio, mais conhecido no Brejão pelo apelido de Cágado.
Quando o dia amanheceu, o casal retornou para casa e se assustou com o estrago. “O chão estava cheio de caco de lâmpadas, ´pocaram’ todas. O fio da tomada da televisão parecia que tinha sido cortado de faca e ainda abriu dois buracos, uma no lugar da tomada da sala e o outro no pé da parede do quarto”, disse o morador, apontando para os locais estragados. “Eu tinha rebocado a casa na semana passada e agora as paredes estão fofas”, lamentou José Antônio.
MAIS DE 48 HORAS SEM ENERGIA
Além dos danos na casa do pescador, a queda do raio deixou os moradores da rua – cerca de 20 imóveis – sem energia elétrica por mais de 48 horas. A descarga ocorreu por volta de uma hora da madrugada de sábado, 17, mas o serviço só foi normalizado por volta das 16h30 desta segunda-feira. “O pessoal da Energisa (Distribuidora de Energia de Sergipe) disse que estivesse alguém com a mão na parede ou descalço dentro de casa na hora que o raio caiu na torre, tinha morrido”, afirmou José Antônio.
Enquanto a reportagem conversava com o dono do imóvel, Maria José contou ao esposo que havia conseguido um carro para ir até a cidade registrar queixa na delegacia sobre o caso. “Desde quando aconteceu isso que eu não durmo direito, tenho pesadelos e não escuto bem com o ouvido direito. Começei a ter dores de cabeça muito fortes e quando o pessoal vem aqui humilha a gente”, reclamou, referindo-se ao comportamento de técnicos enviados pela Telemar.
BUSCAR DIREITOS
De acordo com relato do casal, confirmado por vizinhos, um dos funcionários da operadora de telefonia disse que eles deveriam “correr atrás do prejuízo”, mas que se conseguissem receber alguma coisa da Telemar, dissesse a ele que também gostaria de ser ressarcido. A ironia causou indignação entre os moradores que admitem ter erguido as casas após a construção da torre.
“O pessoal da Telemar nunca se importou com nada, quem botou cerca ao redor da torre fui eu e por causa dessa falta de respeito, não dei a chave do cadeado para eles entrarem no terreno”, afirmou José Antônio. A revolta aumenta porque houve queima de equipamentos eletrodomésticos, inclusive em casas vizinhas. “Na minha casa, só se salvou a geladeira, o resto queimou e é por isso que nós também vamos procurar a justiça”, assegurou Monise Oliveira Barros, 22 anos e há 5 morando na Rua Penedinho. “O problema é que o para-raios da torre não funcionou e por isso a descarga passou para a minha casa”, avalia o morador do imóvel que fica a menos de um metro da estrutura de metal.